Rede de pesquisa de compostos químicos vegetais para o controle de malária a partir da etnofarmacologia nos estados do Amazonas e Acre

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Atualmente todas as sociedades tradicionais do mundo possuem uma riqueza de conhecimentos acumulados durante a prolongada interação com o mundo natural, os quais permanecem fundamentais para o seu bem-estar físico, espiritual e social. A rápida perda de florestas tropicais e o acelerado contato entre as populações tradicionais da Amazônia com a sociedade nacional apontam para a urgência de estudos que documentem o uso tradicional de produtos florestais nessa região, incluindo as preparações medicinais de plantas e animais. A parte oeste da Amazônia é a região que concentra grande diversidade de espécies usadas para o tratamento da malária e da febre intermitente. O fato de que, na Amazônia, várias espécies são usadas do mesmo modo em regiões separadas, por populações separadas linguística e geograficamente, sugere que estas plantas podem apresentar efeitos benéficos genuínos no tratamento da malária. Ainda, se as espécies usadas pelas populações tradicionais são efetivas contra a malária, são localmente abundantes e não são significativamente tóxicas, então elas oferecem o meio mais efetivo e realístico para controlar a doença. Os caboclos vinham sendo relegados ao segundo plano nas investigações etnobotânicas e etnofarmacológicas na Amazônia. Ultimamente, pesquisadores de diversas áreas, principalmente as que estudam as plantas medicinais, vêm buscando informantes entre comunidades caboclas ou ribeirinhas, considerando-os uma valiosa fonte de informações sobre os recursos amazônicos. As comunidades ribeirinhas têm uma ideia bem elaborada da distribuição espacial e temporal dos recursos naturais e praticam um complexo sistema de exploração e produção, o que garante a manutenção dos seus sistemas de uso. Considerando que o conhecimento acerca da flora regional traz consigo a experiência – derivada de informações ancestrais e pessoais, associada ao uso de plantas para o tratamento de diversas doenças, a malária inclusive, e que estas informações, na maioria dos casos, estão restritas aos mais velhos, que não têm o hábito de fazer registro escrito do seu conhecimento e estão encontrando dificuldade de repassá-los aos mais novos – pode-se constatar que as comunidades tradicionais localizadas nas calhas dos rios já mencionados na Amazônia Ocidental são um ambiente altamente favorável à pesquisa etnofarmacológica direcionada para a procura de novos produtos à base de plantas para o tratamento da malária, visando o seu desenvolvimento. Em geral, plantas aproveitadas para malária na medicina tradicional são utilizadas em infusões, decocções, banhos e garrafadas, o que torna interessante na experiência do Laboratório de Princípios Ativos da Amazônia (LAPAAM) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus de Araraquara, a preparação em laboratório de infusões (água fervente/material vegetal) e extratos metanólicos (metanol/material vegetal) para testes biológicos, por se assemelharem aos métodos utilizados tradicionalmente. A partir desse referencial, os extratos deverão ser produzidos e testados em ensaios biológicos, visando verificar seu potencial farmacológico. Estudos agronômicos serão desenvolvidos visando produção de biomassa para os testes químicos e farmacológicos.

Situação: concluído Data de Início: Wed Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2014 Data de Finalização: Thu Dec 31 00:00:00 GMT-03:00 2015

Unidade Lider: Embrapa Amazônia Ocidental

Líder de projeto: Francisco Celio Maia Chaves

Contato: celio.chaves@embrapa.br