O uso indiscriminado de antibióticos e de vermífugos pelos indivíduos tem aumentado a resistência de determinados parasitos e microrganismos aos medicamentos disponíveis no mercado. Em regiões onde a população possui baixa renda, as pessoas costumam fazer uso de plantas e frutos para tratar de verminoses, como semente de abóbora, evitando, desse modo, gastos com medicamentos. Dentre as hortaliças que possuem ação anti-helmíntica, destacam-se as espécies da família das cucurbitáceas. Estudos conduzidos fora do Brasil demonstraram efeitos anti-helmíntico e anticancerígeno das sementes de abóboras de diferentes cucurbitáceas. Apesar do fato das sementes de abóboras serem utilizadas nos tratamentos de helmintíases na medicina alternativa, há uma carência de dados e estudos que investiguem a eficiência e dosagem desses remédios caseiros. Considerando ainda que espécies de helmintos como Strongyloides apresentam resistências aos fármacos disponíveis no mercado, a elaboração de anti-helmínticos a partir de outras fontes é uma alternativa ao tratamento de parasitas. Adicionalmente, milhares de toneladas de sementes de abóboras são produzidas no Brasil como resíduos da agroindústria de hortaliças minimamente processadas, assim como da indústria de doces. Portanto, o aproveitamento das sementes de abóboras contribuiria para o desenvolvimento de novos produtos, além de reduzir os resíduos produzidos pelas agroindústrias, aumentando a receita dessas empresas de forma mais sustentável. Nesse contexto, o objetivo central do projeto visa à avaliação do efeito anti-helmíntico e do potencial na redução dos níveis glicêmicos no soro sanguíneo em testes “in vivo” da farinha de sementes de abóboras e/ou morangas, assim como a caracterização dos compostos funcionais presentes nelas em testes “in vitro”. O projeto será executado pela Embrapa Hortaliças, em parceria com a Universidade de Brasília e a Embrapa Agroindústria Tropical. Deve-se ressaltar que o projeto foi analisado e liberado pelo Comitê de Ética sobre pesquisa usando animais para manutenção do S. venezuelensis, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (Processo: UnBdoc. 72780/2010).