A produção brasileira de trigo atende cerca de 50% do consumo interno do cereal (ao redor de 11 milhões de toneladas grão), com um dispêndio anual ao redor de US$ 800 milhões em importações para atendimento da demanda nacional. O custo de produção e as dificuldades na obtenção de cultivares com qualidade tecnológica definida para o uso final, atendendo às exigências do mercado, estão entre os principais limitantes da triticultura nacional. Nesse contexto, o projeto visa a contribuir para aumentar a competitividade do trigo nacional nas regiões tradicionais de produção (regiões Sul e Centro-Sul) e, ao mesmo tempo, consolidar o Trigo Tropical em áreas de expansão (Brasil Central), mediante a criação de cultivares para panificação, massas e biscoitos, atendendo às demandas do mercado consumidor e do sistema produtivo, isto é, alto rendimento e resistência/tolerância aos principais estresses (a)bióticos, característicos das distintas regiões produtoras. A Embrapa tem sido responsável pelo lançamento de dezenas de cultivares de trigo adaptadas às distintas condições edafoclimáticas brasileiras. E além da participação direta no mercado de sementes, a genética de trigo da Empresa é amplamente utilizada por outros obtentores vegetais. Em 2016, mais de 70% das cultivares indicadas para cultivo no Brasil tinham origem em genótipos da Embrapa, com participação direta, ou indireta, de linhagens ou cultivares da Embrapa em sua genealogia. Em 2015, cultivares da Embrapa foram responsáveis por cerca de 25% da comercialização de sementes de trigo no País. Porém, a chegada ao País de empresas multinacionais de melhoramento de trigo certamente afetará o mercado de sementes, configurando um cenário que exigirá eficiência da Embrapa para manter a importância do programa de melhoramento e sua relevância na participação no mercado de sementes de trigo. As ações propostas no projeto serão executadas em sete estados brasileiros, com a participação de oito unidades da Embrapa. O emprego de marcadores, proteicos e moleculares, associado à dihaploidização - permitindo a produção de novos materiais em apenas dois anos - e o envolvimento direto da indústria do trigo na avaliação de ativos, constituem exemplos de ações sendo implementadas para maior eficiência do programa de melhoramento da Embrapa, que busca, também, a implementação de novos modelos de negócios, fundamentados na geração otimizada de ativos de inovação. Dentre os impactos esperados, citam-se a melhor sanidade e qualidade tecnológica dos materiais disponibilizados para cultivo; geração de novos empregos e economia na evasão de divisas para importação de trigo; possibilitar a implementação de novos modelos de negócios e consequente expansão da atuação da Embrapa no mercado de sementes; e fortalecimento da Embrapa como referência na pesquisa de trigo no País.