O Brasil possui uma produção anual de hortaliças superior a 18,7 milhões de toneladas, cultivadas em uma área de aproximadamente 800 mil de hectares. Mais de 50 espécies diferentes são descritas como hortaliças em todo o país, caracterizadas por uma diversidade genética entre as variedades locais e cultivares utilizadas pelos agricultores. A extensão territorial, o grande número de pequenos agricultores, a diversidade climática e cultural contribui para que o país possua um rico patrimônio genético entre espécies nativas, naturalizadas e exóticas. Muitas dessas espécies apresentam importância econômica, alimentar e social por estarem inseridas em um sistema de agricultura familiar e na cadeira alimentícia para toda a população. Em muitas áreas de produção, as variedades locais foram mantidas pelos próprios agricultores, ao longo de décadas. Como consequência, criou-se uma ampla variabilidade genética dessas espécies. No entanto, nos últimos anos, as variedades locais das principais espécies de hortaliças foram substituídas por cultivares e híbridos modernos que possuem uma reduzida variabilidade genética. Essa situação está aumentando o risco de perda de recursos genéticos de valor para o melhoramento, que podem ser úteis como fonte de genes de interesse ou características de importância agronômica no presente e no futuro, tornando urgente a realização de atividades de coleta, conservação, caracterização e documentação de um amplo espectro de germoplasma como fonte potencial de genes importantes para o desenvolvimento de novas cultivares de hortaliças com tolerância a estresses bióticos e abióticos, mais produtivas e com maior qualidade nutricional. Portanto, o projeto objetiva enriquecer e manter, de forma organizada, os Bancos de Germoplasma de Hortaliças da Embrapa através da identificação correta dos acessos, manutenção da viabilidade e da integridade genética, qualidade e disponibilização dos dados de passaporte, entre outros.