Práticas Agropecuárias para Inovação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta Utilizando o Babaçu como Componente Florestal
Práticas Agropecuárias para Inovação de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta Utilizando o Babaçu como Componente Florestal
O Maranhão possui uma área de aproximadamente 5,7 milhões de hectares ocupada com pastagem (IBGE, 2006), tendo o segundo maior rebanho bovino do Nordeste com, aproximadamente, 7,6 milhões de cabeças (IBGE, 2018). O Estado também possui a maior área de ocorrência de palmeira babaçu no Brasil. A palmeira babaçu (principalmente a planta jovem, conhecida como pindova) é considerada praga pelos pecuaristas, pois a planta rebrota agressivamente e pode inviabilizar o uso do solo para a pastagem. A pressão que as áreas de babaçuais vêm sofrendo por parte da atividade pecuária no estado do Maranhão dificulta a convivência entre essa palmeira e a bovinocultura de corte. Porém, a palmeira babaçu é fonte de renda para diversas famílias que vivem do extrativismo do coco babaçu e, atualmente protegidas pela proibição do corte das plantas adultas (artigo 1º da Lei Estadual nº 4734/86). Além disso, os produtos e coprodutos do coco babaçu tem o potencial de atendimento de uma grande demanda do mercado consumidor por produtos ambientalmente corretos. A presença do babaçu nas pastagens, quando manejada de forma correta, tanto em função de um número adequado de plantas adultas quanto ao controle das pindovas, pode trazer conforto térmico aos animais, resultando em maior ganho de peso, além de poder manter a produção de coco babaçu adequada ao cenário social maranhense. Assim, as áreas de pastagem mais produtivas, manejadas para o melhor conforto e nutrição animal, também podem gerar vários produtos oriundos do coco babaçu como a amêndoa (para extração de óleo), o endocarpo (para produção de carvão) e o mesocarpo (para produção de ração), podendo contribuir significativamente para aumento de renda das comunidades locais de quebradeiras de coco. Dessa forma, uma alternativa viável para a convivência entre essas duas atividades pode surgir do desenvolvimento de sistemas de produção de alimentos integrando Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), também conhecidos como sistemas agrossilvipastoris, para a criação de bovinos de corte no Maranhão, tendo o babaçu como componente florestal. Além disso, vale considerar os benefícios indiretos dessa integração, como retorno mais rápido do capital investido em recuperação da pastagem, aumento da mitigação de gases do efeito estufa, do sequestro de carbono, da taxa de lotação e da produtividade animal por hectare e, consequentemente, aumento da renda do produtor rural. O objetivo da equipe do projeto com este trabalho é investigar a viabilidade zootécnica e econômica de sistemas ILPF-Babaçu (ILPF com o babaçu como componente florestal), gerando dados técnico-científicos que valorizem a manutenção do babaçu em áreas de pastagem, incluindo a definição da densidade de palmeiras babaçu na área de ILPF e prática para controle para as agressivas e vigorosas pindovas, com potencial de minimizar as pressões dos produtores sobre a derrubada das palmeiras nativas.
Situação: em execução Data de Início: Mon Jun 01 00:00:00 GMT-03:00 2020 Data de Finalização: Mon Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2025
Unidade Lider: Embrapa Cocais
Líder de projeto: Joaquim Bezerra Costa
Contato: joaquim.costa@embrapa.br