O babaçu (Attalea speciosa) é uma palmeira presente nas regiões Amazônica e Cerrado. Muitas comunidades têm seu sustento a partir da exploração obtida do extrativismo, sendo reconhecidas as “quebradeiras de coco de babaçu”, que obtêm produtos mediante o aproveitamento do coco de forma a separar principalmente a amêndoa e, desta, a obtenção do óleo. Nesse processamento, aproximadamente 40% da massa de amêndoa é descartada como resíduo ou subutilizada para ração animal. Sua composição é de aproximadamente 50% de fibra alimentar (44% insolúvel e 6% solúvel) e 7,6% de proteínas. Esse valor proteico é relativamente baixo, não sendo considerado como uma boa fonte de proteína. Porém, poderá auxiliar, juntamente com a adição de ingredientes proteicos, para alcançar o conteúdo de proteína ideal da formulação final. Considerando o mercado crescente de alimentos plant-based, que valorizam a identidade sociocultural agregada ao produto, o resíduo das amêndoas de babaçu representa uma oportunidade de gerar um novo alimento, além de ampliar a oferta, e a divulgação do babaçu como fonte de inovação e geração de renda. O presente projeto de pesquisa propõe o desenvolvimento de um processo agroindustrial para aproveitamento do resíduo do babaçu, obtendo um ingrediente rico em fibras para adição em produtos plant-based. A demonstração da versatilidade de uso do ingrediente será com o desenvolvimento de formulações que apresentem aspectos sensoriais (cor, sabor e aroma) semelhantes a análogos de origem animal, como hambúrguer, nuggets, almôndegas ou quibe. Espera-se assim, diversificação de uso do babaçu, agregação de valor e disponibilização de um novo ingrediente para a indústria plant-based.