Pectinas e oligossacarídeos pectínicos de resíduos agroindustriais, obtidos a partir da hidrólise de pectinas, têm sido estudados quanto à influência na modulação da saúde através da dieta. Essa influência pode ser relacionada a um substrato seletivo para bactérias benéficas no intestino (probióticas), assim estimulando o crescimento e atividade de tais microrganismos ou afetando a resposta imune de certas células. O potencial prebiótico pode ser avaliado in vitro por meio da análise de crescimento de probióticos e avaliação da fermentação do substrato. Resíduos alimentares como cascas, bagaços e sementes são importantes fontes de fibras alimentares e outros compostos funcionais gerados muitas vezes em grande volume e descartados em aterros sanitários. A exemplo desses, destacamos neste projeto dois resíduos, um oriundo do caju e o outro do pequi. O bagaço do pedúnculo é um resíduo final do processamento de suco e pode ser aproveitado para a extração de pectinas e seus hidrolisados, podendo assim ser matéria-prima de um novo prebiótico a partir de uma biomassa disponível na região Nordeste. Por sua vez, a casca do pequi, um fruto com elevada importância sócio-econômica no Cerrado e no Sul do Ceará, é descartado em grande quantidade e representa um problema fitossanitário para as comunidades extrativistas. Neste projeto, a pectina será extraída do bagaço de caju e do mesocarpo externo do pequi, resíduos da indústria do suco de caju e do consumo da polpa do pequi respectivamente, hidrolisada por via química e, caracterizada quanto a aspectos químicos e físico- químicos. Na sequência, o potencial prebiótico dessas pectinas será avaliado in vitro, considerando o crescimento de probióticos e a sua capacidade de fermentação na presença dos oligossacarídeos pectínicos. Esta será a primeira vez que hidrolisados pectínicos extraídos do caju e do pequi serão avaliados quanto ao potencial prebiótico.