A produção brasileira de biodiesel aumenta ano a ano a partir do estímulo e do interesse do governo brasileiro na adição de biodiesel derivado de óleos vegetais ao diesel de petróleo. É consenso no Brasil que a melhor alternativa para o aumento da demanda é a diversificação de matérias-primas, com a utilização de oleaginosas regionais com intuito de estimular a agricultura familiar, incorporar o homem ao campo, aumentar a renda das famílias, especialmente em regiões mais carentes, como no Nordeste do país. Neste escopo, a Embrapa elegeu várias oleaginosas para estudo, entre elas, a soja, girassol, canola, mamona, pinhão manso, macaúba, palma e pequi. Na prensagem da mamona que apresenta entre 50 a 60% de óleo, a extração gera um resíduo que corresponde a mais 50% do peso inicial de semente. Para o pinhão manso que apresenta de 20 a 24% de óleo, no processamento industrial de semente com casca, para 1 tonelada de óleo serão obtidas 4 toneladas de farelo desengordurado. Para a utilização dos coprodutos do procesamento do óleo de mamona e de pinhão manso, os farelos/tortas necessitam passar por tecnologias de processamento para inativação de fatores tóxicos, antinutricionais e alergênicos, que impedem sua utilização para consumo animal. Além disso, pouco se conhece sobre a composição de fibras solúveis e insolúveis, de minerais e de ácido fítico destes materiais, que são fatores fundamentais para definição da aplicação para ração animal. A extensão da desnaturação proteica e o nível de solubilidade das proteínas e a composição de aminoácidos após os processamentos para inativação de fatores antinutricionais e tóxicos e de desalergenização também são fundamentais para se avaliar qualidade nutricional. Não existem dados conclusivos sobre a presença e teor de amido nestes farelos que apresentam também potencial para utilização como meio de cultura em fermentação, conforme alguns processos em estudo no Brasil sejam para produção de etanol como de enzimas.