A nanotecnologia cada vez mais permite criar novos materiais e produtos com aplicações capazes de revolucionar diversas áreas da ciência. Uma das tecnologias em desenvolvimento hoje pela Rede Nano da Embrapa é a liberação controlada de insumos agropecuários. Há três veículos de liberação controlada já desenvolvidos pela Rede: (1) um hidrogel constituído de cadeias de poliacrilamida (PAAm) reticulada com metilcelulose (MC); (2) as nanopartículas de quitosana e ácido polimetacrílico e (3) as nanopartículas de quitosana e tripolifosfato. Os veículos são facilmente produzido em escala industrial, o que favorece sobremaneira sua viabilidade econômica. Sendo produtos novos, os conhecimentos sobre sua toxicologia ainda são insuficientes. Este projeto objetiva, inicialmente, dar respostas importantes sobre a toxicidade dos veículos e, a seguir, realizar testes de pré-formulação entre veículos e insumos beneficiáveis pela tecnologia de liberação controlada. O projeto pode, então, ser dividido em duas fases. Na fase 1, atentar-se-á ao seguinte problema: Quão tóxicos são os veículos? A toxicologia do hidrogel será mais detalhada que a das quitosanas, já que esta é constituída de material reconhecidamente atóxico. A toxicidade será investigada por meio de: (1) Ensaio de citotoxicidade dos três veículos em células de fibroblastos humanos (3T3); (2) Toxicidade aguda dos três veículos usando camundongos e ratos. (3) Toxicidade subcrônica ou crônica do hidrogel em animais, caso os testes anteriores indiquem sua necessidade. Exames patológicos de órgãos, tecidos e células dos animais informarão detalhes sobre carcinogenicidade, alterações neurológicas e outras alterações. Os resultados da fase 1 orientarão a fase seguinte. Na fase 2, atentar-se-á ao problema: Dos insumos beneficiáveis por liberação controlada, quais são química e fisicamente compatíveis com um dos três veículos já disponíveis? O resultado esperado é a obtenção de pelo menos um veículo compatível com um insumo beneficiável. Espera-se esta pesquisa tenha impactos importantes no desenvolvimento e na produção de veículos de liberação controlada e, em médio prazo, seja possível disponibilizar tecnologias mais competitivas para a agropecuária pela aplicação da nanotecnologia em liberação controlada de insumos. Em longo prazo, espera-se que os resultados contribuam beneficamente para a saúde e a preservação do meio ambiente.