Polinização da castanheira ( Bertholletia excelsa Bompl., Lecythidaceae): biologia floral, sistema reprodutivo e manejo dos polinizadores em áreas nativas e cultivadas na Amazônia Brasileira
Polinização da castanheira ( Bertholletia excelsa Bompl., Lecythidaceae): biologia floral, sistema reprodutivo e manejo dos polinizadores em áreas nativas e cultivadas na Amazônia Brasileira
A castanheira-do-brasil, também conhecida como castanheira-do-pará ou castanheira-da amazônia ( Bertholletia excelsa Bonpl., Lecythidaceae), é uma das mais exuberantes árvores da Floresta Amazônica. Produz frutos lenhosos (ouriços), com 10 a 25 sementes (amêndoas), que podem ser consumidas in natura ou industrializadas, ricas em proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e Selênio. No Brasil, os maiores produtores de castanha-do-brasil são os Estados do Pará, Amazonas, Acre e Rondônia. O comércio secular dessa castanha constitui-se no único em que sementes são coletadas quase exclusivamente nas florestas naturais e negociadas internacionalmente. Além da ocorrência natural em florestas de terra-firme, a castanha-do-brasil é cultivada em sistemas agroflorestais (SAFs) e monocultivos. A eficiência dos polinizadores da castanheira-do-brasil pode ser afetada em plantios extensos de castanheira. Indícios de que isso possa ocorrer foi observado em um monocultivo de 3.600ha, onde foi registrada variação na riqueza, diversidade e abundância de abelhas visitantes de B. excelsa durante o período de floração e indícios de déficit de polinizadores. Não existem muitas informações sobre a eficiência dos agentes polinizadores nesses sistemas, especialmente com relação à restrição da frutificação por falta de polinização adequada. Além disso, existe a hipótese de que árvores de castanheira isoladas em áreas alteradas na Amazônia seriam indivíduos sem funcionalidade reprodutiva (living-dead trees), pois os polinizadores não seriam capazes de transpor grandes distâncias para promover a polinização cruzada necessária para a formação de frutos. Para evitar o decréscimo nas populações de polinizadores naturais em plantações comerciais e, conseqüentemente, baixa produção de frutos, já foi recomendado o desenvolvimento de programas de manejo para os principais polinizadores, bem como o cultivo de faixas de vegetação nativa para proporcionar locais para nidificação e fonte de alimento (néctar e pólen) no período que B. excelsa não esteja florescendo, e ainda o plantio de espécies que são polinizadas pelos mesmos agentes, de forma que compartilhem os mesmos polinizadores. Dessa forma, considerando-se a importância sócio-econômica da castanheira ( Bertholletia excelsa Bonpl.) para os povos tradicionais e produtores rurais da Amazônia, além da importância ecológica para o funcionamento da floresta, somados à falta de estudos mais detalhados sobre as interações planta-polinizador e requerimentos de polinização da espécie e ainda a citada escassez de polinizadores de B. excelsa em áreas antropizadas ou plantios em larga escala, este projeto em rede propõe estudar a biologia floral, ecologia da polinização (monitoramento de polinizadores, déficit de polinização) e sistema reprodutivo desta valiosa espécie amazônica, em diferentes ambientes e regiões da Amazônia.
Ecossistema: Amazônico
Situação: concluído Data de Início: Thu Jul 01 00:00:00 GMT-03:00 2010 Data de Finalização: Wed Dec 31 00:00:00 GMT-03:00 2014
Unidade Lider: Embrapa Amazônia Oriental
Líder de projeto: Marcia Motta Maues
Contato: marcia.maues@embrapa.br
Palavras-chave: Biologia reprodutiva, Castanheira, Polinzadores