A castanha-do-brasil é um produto oriundo das áreas mais úmidas da região amazônica, sendo suscetível à contaminação por fungos cosmopolitas, como Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que são produtores de aflatoxinas. Sua produção impacta sócio-econômico e ambientalmente essa região, uma vez que se trata de uma atividade exclusivamente extrativista. Essa prática favorece a contaminação por aflatoxinas em função do tempo de coleta, manuseio, transporte e armazenamento. As aflatoxinas apresentam efeitos agudos e crônicos em animais e humanos. A cultura da castanha assume uma grande importância devido à geração de divisas para o Brasil com as exportações para a União Européia e os Estados Unidos. Atualmente, as exportações estão seriamente comprometidas, pois a produção brasileira de castanha tem sido afetada por crescente contaminação por aflatoxinas. Dentro deste contexto, a determinação de melhores condições de secagem dos frutos após a coleta pode contribuir para a adoção de medidas preventivas, as quais não favoreçam a proliferação fúngica e possível síntese de aflatoxinas, possibilitando o estabelecimento de correlação com resultados obtidos no campo, onde foram aplicados métodos de boas práticas agrícolas (BPA). Nesse contexto, o objetivo deste projeto foi isolar, identificar e depositar em Coleção de Culturas os fungos filamentosos produtores de aflatoxinas encontrados na castanha-do-brasil. Os fungos filamentosos isolados foram tratados para a condução de análises de PCR com os oligonucleotídeos iniciadores específicos para genes da via de biossíntese de aflatoxinas. Os testes mostraram que todos os fungos isolados apresentaram os genes da via de biossíntese de aflatoxinas, sendo potenciais produtores destas micotoxinas.