A Barragem Subterrânea é uma tecnologia social que vem sendo implementada em vários estados no Semiárido brasileiro e consiste, essencialmente, na utilização de uma lona plástica que desce no solo a profundidades de 3 a 5 metros, em valas que são cavadas em regiões declivosas das áreas de plantações. Desta forma, como a água não escorre para o lado a jusante da barragem por ficar retida (“barrada”) na lona, o solo a montante da barragem fica umedecido durante vários meses, tornando-se apto para o cultivo. Além disso, existe um sangradouro para quando ocorrem fluxos de água acima do esperado, o que permite que essa água adicional seja acumulada a jusante da barragem na forma de poços.

A ideia da barragem, portanto, é que, em áreas de instabilidade hídrica, como é o caso do Semiárido brasileiro, a água das poucas chuvas que ocorrem durante o ano fique concentrada no interior do solo a montante desta lona (barragem), de forma que a umidade do solo permita o cultivo de subsistência durante três a cinco meses após o período chuvoso, a depender das chuvas ocorridas no ano. Para que a barragem funcione de forma adequada, é necessário que haja algumas ações que garantam a sustentabilidade dos agroecossistemas com barragem subterrânea instalada, no curto, médio e longo prazos.

Essas ações incluem o manejo da própria barragem (instalação em local adequado e manutenção), manejo do solo (técnicas de produção, escolha de culturas, rotação de culturas) e também de relação da barragem subterrânea com o seu entorno (desenvolver atividades econômicas de compra e venda de insumos e de produtos, relação de compartilhamento da água com vizinhos, silagem de grãos, estratégias de divulgação da barragem subterrânea no seu território etc).