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Programa avaliará sistemas integrados e alternativas de forrageiras em três regiões nordestinas
Ampliar a disponibilidade de alimentos para rebanhos nos estados nordestinos. É com esta perspectiva que a Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE) implantará, em propriedades rurais de três territórios da região Nordeste – Sertão dos Inhamuns (CE), Cariri Paraibano (PB) e Vale do Itaim (PI) – unidades de referência tecnológica (URTs) para avaliar sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) adaptados à Caatinga e testar opções de plantas forrageiras para compor o chamado cardápio forrageiro nessas regiões. A atividade é integrante do programa AgroNordeste, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tem a Embrapa e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida)/Projeto Dom Hélder Câmara entre as instituições integrantes.
Nesta semana, entre os dias 17 e 19, os pesquisadores Rafael Tonucci e Roberto Cláudio Pompeu, da Embrapa Caprinos e Ovinos, viajarão a Betânia (PI), para visitar propriedades rurais da região e, posteriormente, selecionar uma delas para abrigar a URT, tomando o critério da que melhor pode representar uma realidade do Vale do Itaim e dos produtores rurais locais. As outras duas URTs do programa que vão receber os testes de validação dessas tecnologias já foram selecionadas em Sumé (PB) e Tauá (CE).
“São tecnologias que já se apresentaram bem interessantes para o Semiárido e dão mais uma alternativa para produção sustentável”, afirma Rafael Tonucci. A ideia do cardápio forrageiro surgiu a partir do projeto Forrageiras para o Semiárido (parceria entre Embrapa e CNA) e consiste em propor combinações de plantas forrageiras anuais, perenes e cactáceas mais adequadas para cada região no Semiárido, para otimizar a eficiência na produção de alimentos aos rebanhos.
Já os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de manter produção sustentável, combinando as atividades de produção agrícola e pecuária com uso sustentável da vegetação nativa. Na adaptação para a Caatinga, a proposta é de redesenhar um sistema agrossilvipastoril, mantendo as características de não usar fogo, manter biodiversidade da Caatinga e enriquecer a área com espécies vegetais, mas usar incrementos tecnológicos como o raleamento em faixas e o uso de máquinas adaptadas.
“O cardápio forrageiro pode ampliar o leque de oferta de produção de alimento volumoso para os produtores. Sair da única opção do pasto nativo, de uma ou outra variedade para de fato um cardápio com abrangência de seis, sete espécies que funcionam na região. Já com o uso de sistemas integrados, a gente intensifica a produção de uma forma sustentável, fazendo uma recomposição florestal, quando necessário, introduzindo árvores nativas ou exóticas, sem dano ambiental e aumentando produtividade”, detalha Tonucci.
Programa AgroNordeste
Com atuação nos nove estados do Nordeste e Minas Gerais, o programa AgroNordeste contemplará 230 municípios. O público-alvo é de pequenos e médios produtores que já comercializam parte de sua produção, mas ainda têm dificuldades para expandir o negócio.
O Programa é liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e desenvolvido em parceria com a Embrapa e instituições como Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida)/Projeto Dom Hélder Câmara, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
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