Armazenamento, grau de umidade e reguladores de crescimento na superação da dormência de sementes de Passiflora tenuifila.

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Autoria: JUNGHANS, T. G.

Resumo: Passiflora tenuifila, conhecida como maracujá-alho, é uma espécie nativa de Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai, sendo encontrada em estado silvestre em diferentes regiões brasileiras, particularmente no Estado de Minas Gerais e no Distrito Federal. Assim como outras passifloras silvestres, essa espécie possui grande importância para o melhoramento genético, por ser autocompatível, produzir precocemente e apresentar boa resistência à bacteriose, além de ter potencial para uso medicinal. ontudo,problemas de germinação e armazenamento de sementes são muito comuns no gênero Passiflora. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de umidade das sementes, o período de armazenamento e o uso de GA4+7 + N-(fenilmetil)-aminopurina na emergência de plântulas de Passiflora tenuifila, visando subsidiar o estabelecimento de protocolo para o armazenamento e a germinação de sementes. Foram realizados cinco experimentos, quatro com delineamento experimental inteiramente casualizado e o quinto em esquema fatorial 2x2 (graus de umidade das sementes x tipos de embebição) com quatro repetições de 25 sementes por parcela. As sementes foram acondicionadas em sacos plásticos e armazenadas em refrigerador à temperatura de 7 °C. O primeiro experimento utilizou sementes recém-colhidas com três graus de umidade iniciais (24,1%, 9,9% e 7,2%), enquanto utilizaram-se no segundo, terceiro, quarto e quinto, para sementes com um mês, seis meses, um ano e dois anos de armazenamento, respectivamente, dois graus de umidade iniciais (9,9% e 7,2%). Somente no terceiro e no quinto experimentos (seis meses e dois anos de armazenamento), as sementes foram embebidas em GA4+7 + N-(fenilmetil)-aminopurina. A emergência de plântulas para as sementes recém-colhidas e armazenadas nos diferentes graus de umidade foi baixa e desuniforme, com valores que variaram de 0% a 18% aos 50 dias após a semeadura (DAS), sendo observada emergência até aos 136 DAS. Essa é uma evidência da presença de dormência em sementes recémcolhidas e armazenadas, e que somente o armazenamento não é suficiente para a superação da dormência dessa espécie. A dormência das sementes armazenadas por seis meses foi superada com a aplicação de ácido giberélico nº 4 e 7 + N-(fenilmetil)-aminopurina, obtendo-se emergência de mais de 90% aos 20 DAS, independente do grau de umidade das sementes. A aplicação de GA4+7 + N-(fenilmetil)-aminopurina às sementes armazenadas por dois anos também estimulou a mergência de plântulas. Não houve diferença na porcentagem de emergência para os graus de umidade de sementes testados até um ano de armazenamento. Contudo, aos dois anos de armazenamento, observou-se que o grau de umidade de 7,2% foi mais adequado para manter a viabilidade das sementes no armazenamento. Dessa forma, as sementes de Passiflora tenuifila toleram o dessecamento e devem ser armazenadas com o grau de umidade de 7,2%, apresentando dormência que é superada com a embebição por 24 h em solução de GA4+7 + N-(fenilmetil)-aminopurina a 300 mg L-1, e podendo ser armazenadas por dois anos em refrigerador, embora, neste caso, com redução do vigor das sementes.

Ano de publicação: 2019

Tipo de publicação: Folhetos