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Publicação vai reunir informações sobre nichos de mercado agroindustrial
Até o final do ano, uma publicação deverá reunir as palestras e os principais desafios e oportunidades levantados por atores de segmentos que estiveram representados no I Workshop de Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial, realizado na última semana em Campinas/SP, pela Embrapa Produtos e Mercado (Brasília/DF), com apoio do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT). O evento reuniu cerca de 130 participantes entre representantes de 25 empresas de diversas cadeias produtivas, 13 instituições públicas e outras nove de pesquisa, além de membros de organizações de classe e membros da extensão rural. Técnicos e pesquisadores de 12 Unidades Descentralizadas e sete Escritórios de Negócios participaram do workshop.
A ideia da publicação, que vai além do registro dos anais do evento, é dar acesso e ampliar o alcance dos conhecimentos compartilhados durante os dois dias de trabalhos pelos setores de flores e plantas ornamentais, produção orgânica, fruticultura, plantas medicinais e mercado de fitoterápicos, entrepostos e atacadistas, varejo supermercadista, hortaliças minimamente processadas, ovinocaprinocultura e alimentos funcionais. O documento incluirá informações disponibilizadas pelos representantes dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Banco do Brasil sobre ações de financiamento para o mercado agrícola.
Segundo avaliação feita ao final do evento pelo gerente adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, Rafael Vivian, o workshop atendeu às expectativas da organização. O principal objetivo foi alcançado: a promoção do diálogo entre diferentes elos das cadeias produtivas entre si e destas com instituições de pesquisa e gestores públicos, visando ao futuro desenvolvimento conjunto e sincronizado de ações de inovação pelo atendimento a nichos de mercado.
O compartilhamento de boas práticas, em destaque na programação com os estudos de caso, e a identificação de gargalos comuns aos empreendedores de nichos de mercado estiveram entre os resultados esperados. O coordenador da iniciativa, no entanto, diz não ter havido a expectativa de esgotar, num único encontro, as respostas aos problemas ali identificados. Segundo Vivian, serão criteriosamente avaliadas as sugestões surgidas durante o workshop - que atraiu público qualificado e participativo.
O diretor do Departamento de geração de renda e agregação de valor, da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, Onaur Ruano, apresentou as opções em políticas públicas disponíveis para o segmento. Ele defendeu que a Embrapa encabece o levantamento de dados, realizando igualmente o necessário diagnóstico sobre a inovação em nichos de mercado agroindustriais. Para o gestor, o workshop deve ser transformado em ferramenta de trabalho para a concertação dos diversos atores das cadeias produtivas.
Entre as conclusões iniciais, destaca-se a certeza expressa por palestrantes e pelo público participantes de que fóruns como os propostos na oportunidade caminham na direção acertada por viabilizar a comunicação de que carecem as cadeias para obterem resultados duradouros.
Caminhos – Falta de mão de obra especializada e de interlocução entre os elos da cadeia e problemas de logística, além da morosidade imposta pela burocracia foram os principais obstáculos contornados por aqueles que saíram exitosos na diversificação de produtos e públicos no âmbito de seus negócios agroindustriais. Por isso mesmo foram esses aspectos os que permearam os debates para além das especificidades de cada segmento.
A trajetória Natural Cotton Color, empresa sediada em João Pessoa de propriedade de Francisca Vieira, e o relato dos caminhos encontrados frente às dificuldades para posicionar seus produtos no mercado internacional encontrou ressonância junto aos demais empreendedores convidados que protagonizaram histórias semelhantes em criatividade e perseverança.
Diante da concorrência representada pela entrada de produtos chineses no mercado nacional a empresária decidiu apostar na chamada "moda ética" ao utilizar o algodão naturalmente colorido da Embrapa associado ao artesanato local para o desenvolvimento de roupas, calçados e acessórios.
Para garantir a produção nos moldes internacionais, Francisca assumiu a organização da cadeia produtiva do campo às passarelas - sem descuidar das questões ambientais e sociais. Assim, obtém a matéria prima em volume, regularidade e qualidade que conferem consistência à trama tecida para seduzir o mercado mundial da moda, pois como diz: "Lá fora, o que encanta é a história".
Antes de conseguir apoio para exibir a sua história fora das fronteiras nacionais teve de atender às exigências do Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), "o maior programa de exportação de iniciativa pública no mundo", opina. Por meio dele, a empresária conseguiu subsidiar a participação da empresa em feiras de moda na França, Alemanha e Japão por meio do apelo sustentável.
Em outubro próximo, a empresária abre sua primeira loja no exterior, sediada em Nova York, mas não deixa de destacar sua condição de pequena empresária – apontada como agravante para os percalços vivenciados, ainda hoje, junto aos órgãos dos quais depende para fazer chegar sua produção na Europa, Ásia e EUA. Francisca não nega, no entanto, que o atendimento ao nicho representado pelo setor de orgânicos em confecções foi fator relevante na abertura de portas que de outro modo lhe permaneceriam inacessíveis.
O programa Texbrasil é resultado de convênio mantido entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) com o objetivo de aumentar a projeção da moda nacional - que representava, em 2012, menos de 1% do comércio mundial de têxteis e de confecções.
As palestras proferidas e outras informações podem ser obtidas no hotsite do evento: https://www.embrapa.br/workshopnichos2014/. O I Worskhop de Nichos de Mercado foi uma realização da Embrapa, vinculada ao Mapa, e teve patrocínio de Agrocinco, Arysta, Banco do Brasil e Pepsico; a parceria das instituições: Abras, ABSI, Mapa, MDA e Pró-reitoria de Pesquisa da Unicamp e das empresas: Caprilat, Cava Cordeiro, CentroFlora, Ceagesp,FarmPoint, Grupo Horta, Guaiuba Agropecuária, Ícone, Jasmine Alimentos, Natural Cotton Color, Produtos Yamaguishi e Scot Consultoria.
Valéria Costa (15533/SP)
Embrapa Produtos e Mercado
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