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Prospecção em áreas de cultivo de batata-doce reforça alinhamento de pesquisas com demandas da cadeia produtiva
O projeto “Melhoramento genético de batata-doce para regiões tropicais e subtropicais do Brasil” deu mais um passo no arcabouço de seu plano gerencial que inclui o levantamento de demandas e identificação de produtores inovadores e multiplicadores de tecnologia. As atividades desenvolvidas no período de 22 a 25 de outubro último nos municípios de Itabaiana e Moita Bonita, no agreste de Sergipe, objetivaram reunir informações que possam balizar estudos e alinhar pesquisas com as principais demandas da cadeia produtiva no País.
De acordo com a pesquisadora Larissa Vendrame, coordenadora do projeto na Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), como não existem registros atualizados abrangendo nacionalmente toda a cadeia de valor de batata-doce, a interlocução com produtores de diversas regiões deve ampliar o raio de ações previstas no programa de melhoramento genético da hortaliça.
“Essa atividade do projeto permitirá o avanço no diagnóstico das demandas dos atores da cadeia e, com isso, o alinhamento do projeto aos problemas e oportunidades do setor e, consequentemente, a adoção das tecnologias”, anota a pesquisadora. Nesse sentido, ela sublinha que a atividade, sob a responsabilidade da analista Débora Albernaz, do Setor de Transferência de Tecnologia, terá muito a contribuir com informações socioeconômicas relevantes.
“Até então, tínhamos o trabalho envolvendo a avaliação de acessos do banco de germoplasma e o projeto de biofortificação de batata-doce, com o foco em carotenoides. Agora, são geradas populações de melhoramento genético, com cruzamentos dirigidos, com vistas a complementar características de interesse agronômico e de qualidade para seleção de genótipos superiores”, explica Larissa.
Segundo ela, essas características dizem respeito, entre outras, à produtividade, qualidade de raiz, resistência a pragas e doenças e a precocidade, que antecipa o período da colheita – a manutenção de um cultivo de batata-doce por seis meses (180 dias) no campo gera custos de irrigação, de controle de pragas e de algumas práticas de manejo. “Se um novo material tem um ciclo de produção de 100 ou 120 dias, e ainda apresenta qualidade de raiz e de polpa, isso só traz vantagens para o produtor”, acentua.
Cenários diversos
A viagem ao estado nordestino proporcionou aos pesquisadores Larissa Vendrame, Geovani Amaro e ainda José Carlos Ferreira, da Embrapa Semiárido, junto com a analista Débora Albernaz, a oportunidade de conhecer novos atores e novos cenários relacionados ao cultivo da batata-doce – enquanto em São Paulo predominam os grandes produtores, em Sergipe o cultivo é feito em minifúndios periurbanos, com agricultores familiares que plantam o ano todo.
Para Débora, conhecer e conversar com os produtores de outra região, sobre suas dificuldades e, a partir daí, encontrar caminhos que se adequem a diferentes demandas “faz toda a diferença”.
“Visitamos não só produtores, como também conhecemos a cooperativa de Moita Bonita (cidade vizinha à Itabaiana), onde existe um ótimo trabalho de processamento pós-colheita de batata-doce, transformada em farinha que é comercializada para Rio de Janeiro e São Paulo”, comenta a analista, ao salientar que o processamento também inclui a produção de bolinhos para as escolas públicas de Aracaju. “Três vezes por semana enchem o caminhão e fazem a entrega”.
Os próximos passos a serem empreendidos, seguindo esse formato, deverão contemplar a região de Mariana Pimentel, no Rio Grande do Sul - que apresenta importante relevância no estado -, e o retorno ao polo de produção de Presidente Prudente, em São Paulo - onde os integrantes do projeto realizaram um levantamento de demandas no ano passado, e já têm presença confirmada na 2ª Feira Tecnológica de Batata-Doce, em 2019.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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