Um dos maiores problemas da cadeia do pescado é a alta perecibilidade de seus produtos. Particularmente a carne, aparte do pescado mais utilizada na alimentação humana, possui um alto teor de proteína e, em razão de seu alto teor de umidade (cerca de 70%), revela-se excelente fonte para desenvolvimento microbiano. O presente projeto tem por objetivo desenvolver ações de socialização de conhecimentos, tecnologias e práticas para o elo agroindustrial da cadeia do pescado na região Sudeste do Brasil. Tais conhecimentos, tecnologias e práticas têm potencial de favorecer, com qualidade e segurança, a obtenção de novos produtos de maior valor agregado, regularizando seu fornecimento no mercado, facilitando seu manuseio, transporte e comercialização bem como reduzindo o tempo gasto no seu preparo para o consumo. Para tal objetivo que, na verdade, se refere a uma etapa fundamental no processo de inovação tecnológica na cadeia do pescado, foi formada uma equipe composta por pesquisadores e analistas de dezoito (18) organizações de P&D e ATER, sob a liderança da Embrapa Agroindústria de Alimentos. A atuação da equipe do projeto tem se beneficiado da colaboração de estabelecimentos agroindustriais interessados na inserção de serviços e produtos da Embrapa Agroindústria de Alimentos na cadeia do pescado. Dentre as atividades já iniciadas, destacam-se a qualificação de extensionistas em técnicas de pesca e obtenção de derivados do pescado, a capacitação de produtores e comerciantes em manipulação e a conservação do pescado, o repasse de três tecnologias de processamento e a ampliação de um ambiente virtual de interação. Atualmente, estão sendo elaborados os nove manuais projetados para servir de base aos cursos, seminários e dias de campo. Esses manuais são classificados da seguinte maneira: a) três para o compartilhamento de boas práticas de manipulação e conservação do pescado (um manual para cada uma das três espécies-alvo do projeto: rã, tilápia e camarão); b) três para a capacitação de agentes mediadores e multiplicadores em técnicas de pesca e obtenção de derivados do pescado (também um manual para cada uma das três espécies-alvo do projeto: rã, tilápia e camarão); c) três para o repasse de tecnologias a empreendimentos agroindustriais (também um manual para cada uma das três espécies-alvo do projeto: rã, tilápia e camarão). Os cursos, seminários e dias de campo têm previsão de início no primeiro quadrimestre de 2016. Com tais atividades e outras, espera-se não apenas compartilhar boas práticas de higiene com públicos interessados e introduzir três tecnologias de processamento em estabelecimentos produtivos, mas também capacitar técnicos multiplicadores e atualizar informações fundamentais para a tomada de decisão na cadeia do pescado.