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21/05/18 | Research, Development and Innovation
Embrapa monitora presença de híbridos de lagarta helicoverpa no Brasil
Em nota técnica publicada hoje, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) explicam que a compatibilidade reprodutiva entre as espécies de lagarta Helicoverpa armigera e Helicoverpa zea tem permitido a ocorrência de insetos híbridos no Brasil, desde 2012, sem que haja alterações significativas no manejo do algodão, da soja e do milho. Embora H. armigera tenha causado problemas ocasionais em algumas regiões, não foram observados impactos econômicos nos sistemas agrícolas brasileiros, por conta da ocorrência destes híbridos no Brasil. “Desta forma, é preciso prudência ao elaborar conclusões relacionadas aos híbridos. Não podemos minimizar o problema, ou seja, desconsiderar a ocorrência e os impactos potenciais e nem maximizá-lo, vislumbrando catástrofes nos agroecossistemas”, alertam os pesquisadores Daniel Sosa-Gómez, da Embrapa Soja, e Alexandre Specht, da Embrapa Cerrados.
Os primeiros surtos da lagarta Helicoverpa armigera ocorreram com maior frequência em algodão, soja e milho, nos anos 2012 e 2013. Entretanto, esta espécie já estava presente no País, pelo menos, desde 2008. Para Specht, a identificação da lagarta H. armigera foi inicialmente dificultada, devido à sua grande semelhança com a espécie nativa Helicoverpa zea, vulgarmente conhecida como lagarta-das-espigas, que ataca preferencialmente a cultura do milho.
As mariposas destas espécies são indistinguíveis pela aparência (morfologia externa). Assim, “para sua diferenciação devem ser realizados estudos da genitália interna dos adultos, preferencialmente dos machos, onde a distinção é mais evidente”, explica Specht. Estudos demonstraram que os feromônios, (compostos liberados pelas mariposas fêmeas para atrair os machos - atraentes sexuais) utilizados para captura das lagartas, em armadilhas, atraem as duas espécies. “Assim, as mariposas (machos) das duas espécies não conseguem fazer esta diferenciação do feromônio, podendo acasalarem entre si e originando descendência de híbridos. Isto é, indivíduos resultantes do cruzamento entre espécies diferentes”, explica Specht.
De acordo com Sosa-Gómez, embora a proximidade morfológica e genética, entre as espécies, seja muito grande, elas apresentam diferenças fisiológicas. As lagartas têm respostas diferentes a diversos fatores do ambiente agrícola. “Ao se observar as respostas a inseticidas, por exemplo, não detectamos resistência a inseticidas piretroides em H. zea mas sim, em H. armigera. No entanto, a utilização destes inseticidas para controle de H. armigera não é muito comum”, explica. Sosa-Gómez explica que as lagartas também são diferentes quanto a sua suscetibilidade à proteína Cry1Ac, oriunda do Bacillus thuringiensis (Bt) e presente em diversas culturas transgênicas. “H. zea tolera doses mais altas desta proteína quando comparada com H. armigera”.
Em contraposição, “H. zea é mais sensível a produtos comerciais à base de vírus. Assim, é de se esperar que seus híbridos apresentem respostas intermediárias a esses produtos/proteínas”, diz Sosa-Gómez. A Embrapa irá dar continuidade aos estudos sobre hibridização entre H. zea e H. armigera para aprofundar o conhecimento e trazer mais segurança ao manejo dos insetos. “Pretendemos monitorar a ocorrência/prevalência de H. zea, H. armigera e de seus híbridos; pesquisar suas características e de seus parentais (H. zea/H. armigera), assim como avaliar aspectos relacionados à herança dessas características”.
Os primeiros surtos da lagarta Helicoverpa armigera ocorreram com maior frequência em algodão, soja e milho, nos anos 2012 e 2013. Entretanto, esta espécie já estava presente no País, pelo menos, desde 2008. Para Specht, a identificação da lagarta H. armigera foi inicialmente dificultada, devido à sua grande semelhança com a espécie nativa Helicoverpa zea, vulgarmente conhecida como lagarta-das-espigas, que ataca preferencialmente a cultura do milho.
As mariposas destas espécies são indistinguíveis pela aparência (morfologia externa). Assim, “para sua diferenciação devem ser realizados estudos da genitália interna dos adultos, preferencialmente dos machos, onde a distinção é mais evidente”, explica Specht. Estudos demonstraram que os feromônios, (compostos liberados pelas mariposas fêmeas para atrair os machos - atraentes sexuais) utilizados para captura das lagartas, em armadilhas, atraem as duas espécies. “Assim, as mariposas (machos) das duas espécies não conseguem fazer esta diferenciação do feromônio, podendo acasalarem entre si e originando descendência de híbridos. Isto é, indivíduos resultantes do cruzamento entre espécies diferentes”, explica Specht.
De acordo com Sosa-Gómez, embora a proximidade morfológica e genética, entre as espécies, seja muito grande, elas apresentam diferenças fisiológicas. As lagartas têm respostas diferentes a diversos fatores do ambiente agrícola. “Ao se observar as respostas a inseticidas, por exemplo, não detectamos resistência a inseticidas piretroides em H. zea mas sim, em H. armigera. No entanto, a utilização destes inseticidas para controle de H. armigera não é muito comum”, explica. Sosa-Gómez explica que as lagartas também são diferentes quanto a sua suscetibilidade à proteína Cry1Ac, oriunda do Bacillus thuringiensis (Bt) e presente em diversas culturas transgênicas. “H. zea tolera doses mais altas desta proteína quando comparada com H. armigera”.
Em contraposição, “H. zea é mais sensível a produtos comerciais à base de vírus. Assim, é de se esperar que seus híbridos apresentem respostas intermediárias a esses produtos/proteínas”, diz Sosa-Gómez. A Embrapa irá dar continuidade aos estudos sobre hibridização entre H. zea e H. armigera para aprofundar o conhecimento e trazer mais segurança ao manejo dos insetos. “Pretendemos monitorar a ocorrência/prevalência de H. zea, H. armigera e de seus híbridos; pesquisar suas características e de seus parentais (H. zea/H. armigera), assim como avaliar aspectos relacionados à herança dessas características”.
Lebna Landgraf (MTb2903/PR)
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