Produtores do Piauí, técnicos de Roraima, pesquisadores do Ceará e cajucultores do Rio Grande do Norte estiveram reunidos em Apodi (RN) para a primeira edição do Caju Conecta, um encontro de atores da cadeia produtiva do caju. O evento realizado nos dias 22 e 23 de novembro buscou compartilhar saberes e boas práticas para o cultivo, com foco na melhoria da produtividade. De acordo com Aline Saraiva, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Unidade, o evento é uma oportunidade para que os produtores observem, na prática, quais estratégias são essenciais no desenvolvimento da cadeia produtiva do caju. “A ideia foi fazer uma troca de experiências entre os polos de produção. Incentivar, por exemplo, que os produtores do Piauí adotem as práticas que estão sendo utilizadas no Rio Grande do Norte”, complementa. O Rio Grande do Norte tem notoriedade quando se pensa no desenvolvimento da cajucultura. Nos últimos anos, os pomares foram revitalizados com a implementação de clones de cajueiro-anão. Além da tecnologia clonal, os produtores foram capacitados para um cultivo mais eficiente e produtivo. Os resultados comprovam: a produção de castanha-de-caju ultrapassou 19,3 mil toneladas, tornando o estado o terceiro maior produtor do país. “O Rio Grande do Norte tem uma experiência muito boa, em especial nas regiões de Apodi e Severiano Melo. Isso é fruto da adoção dos pacotes tecnológicos da Embrapa, que são os clones e todas as práticas adequadas para o manejo”, explica Aline Saraiva. Pomares mais produtivos Com a experiência adquirida no Caju Conecta, os participantes pretendem alavancar a produtividade dos seus pomares. A Embrapa Roraima atua para revitalizar a cajucultura no estado, iniciando com a implementação de cultivares de cajueiro geneticamente superiores e adoção de técnicas de manejo. Para contemplar conhecimentos que otimizam os trabalhos do campo à indústria, a programação do Caju Conecta contou com seminários e visitas técnicas. Os seminários abordaram sobre pós-colheita, processamento industrial e novos paradigmas para a cadeia produtiva do caju. Com vistas em proporcionar um conhecimento mais prático e sensorial, os participantes visitaram o Assentamento Portal da Chapada do Incra e a fábrica GA Sucos, que agrega valor ao caju a partir do processamento industrial. Conhecendo novas práticas Josenilto Vasconcelos, agrônomo e cajucultor no Piauí, avalia positivamente o evento. “Com esse evento, esperamos que os produtores sejam impactados com a adoção de novas práticas de cultivo, o desenvolvimento de novos mercados e produtos e a otimização das atividades que já realizamos”, complementa. Além de cultivar, Josenilto também agrega valor à cajucultura por meio do processamento agroindustrial do fruto. Produtor da marca ‘Cajuina Cristal’, ele aplica técnicas de produção de cajuína desenvolvidas pela Embrapa. As técnicas permitem que o produto final apresente um nível de qualidade superior, com aparência e sabor ainda mais agradáveis.