14/01/10 |

Intercâmbio internacional busca soluções para resinose do coqueiro

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A pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), Joana Ferreira, vai acompanhar a fitopatologista da Universidade da Flórida (UFL), EUA, Monica Elliott, especialista em doenças de palmeiras, em visita a plantações de uma tradicional indústria de alimentos e produtos à base de coco, em Moju, Pará.

A visita acontece de 15 a 24 de janeiro, e as pesquisadoras discutirão as ações de pesquisa e monitoramento da resinose do coqueiro no Brasil. O objetivo é elaborar um plano de ações envolvendo estudos relativos à diversidade da população do agente causal da doença por meio do sequenciamento do DNA. Os estudos investigarão ainda a interação do agente causador com os diversos fatores do ambiente, as cultivares mais suscetíveis, sua evolução em diversas regiões de ocorrência, além de estratégias de controle.

Segundo a pesquisadora, uma proposta de projeto de pesquisa será encaminhada ainda no início deste ano. A visita da pesquisadora americana será importante para traçar diretrizes do projeto. "A proposta será coordenada pela Embrapa Tabuleiros Costeiros em parceria com as Unidades Descentralizadas Amazônia Oriental (Belém-PA) e Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), além da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), duas indústrias de produtos de coco brasileiras, produtores rurais do setor e a Universidade da Flórida", disse.

Para Joana Ferreira, essa iniciativa de estabelecer parcerias será fundamental para que as futuras ações de pesquisas com a doença tenham o mesmo foco e não haja duplicidade de esforços, bem como o intercâmbio com a UFL, que poderá favorecer a troca de conhecimento com estudantes e pesquisadores dos dois países.

Doença

A Resinose é uma doença cujo agente causal é o fungo Thielaviopsis paradoxa. Ela ocorre na cultura do coqueiro em varias regiões do mundo.

Dissemina-se através de insetos vetores (como a broca-do-olho - Rhynchophorus palmarum), do solo contaminado, do respingo de água no estipe e das ferramentas usadas na colheita ou na erradicação das plantas doentes e mortas.

Essa doença tem como hospedeiros primários a bananeira, a cana-de-açúcar e o abacaxi. As palmeiras, de um modo geral, são suscetíveis a resinose e estão sujeitas a grande devastação.

Na área interna do estipe observa-se o tecido com coloração marrom-claro a escura e de textura macia e úmida. No estágio avançado da doença as folhas ficam amarelo-pardacentas e se quebram, as inflorescências e os frutos ficam amarronzados.

Segundo pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento, não há relatos de produtos químicos capazes de curar a resinose em plantas exibindo sinais avançados da doença, ou seja, com lesões severas que ultrapassam a uma altura de 1,5 m do solo e com declínio na sua produção.

Elas devem ser erradicadas e a seguir retiradas da plantação e destruídas, como forma de evitar a multiplicação de insetos vetores no material encoivarado e a disseminação da doença. A erradicação pode ser manual ou química.

Texto: Saulo Coelho – Jornalista (MTb/SE 1065)Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE)Contatos: (79) 4009-1381 / saulocoelho@cpatc.embrapa.br

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