17/03/15 |   Genetic improvement

Duas novas cultivares de mandioquinha-salsa são apresentadas durante dia de campo em MG

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Photo: Nuno Madeira

Nuno Madeira -

Nove cidades do sul de Minas Gerais – Caldas, Espírito Santo Dourado, Ipuiuna, Munhoz, Toledo, Bom Repouso, Senador Amaral, Lavras e São Gonçalo do Sapucaí – estão inseridas na agenda do pesquisador da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) Nuno Madeira, durante o período de 16 a 20 de março. Na pauta, uma avaliação participativa de duas novas cultivares de mandioquinha-salsa: a BRS Rubia 41 e a BRS Catarina 64, durante dois dias de campo que serão realizados, em Caldas, dia 17/03, e em Munhoz, dia 18/03.

Coordenador do programa de melhoramento da hortaliça – também conhecida como batata-salsa, batata-baroa, mandioquinha-salsa, entre alguns outros nomes –, o pesquisador explica que as visitas aos nove municípios não têm apenas as BRS Rubia e BRS Catarina como foco, mas aglutinam ainda uma avaliação geral do cenário de produção de mandioquinha na região. "O ponto central são os dois dias de campo, quando serão apresentadas as duas cultivares, mas vamos aproveitar para proceder a uma análise em outros aspectos, sobre práticas de propagação e ocorrência de nematoides e vírus", registra.

Os novos clones foram obtidos em 2009 e os testes de campo com as duas novas variedades tiveram início em 2011 em Minas Gerais, e, após confirmadas suas características interessantes, começaram a ser produzidas e comercializadas por produtores locais.

CARACTERÍSTICAS

A maior vantagem das cultivares, de acordo com Madeira, refere-se aos níveis de produção. "Elas estão produzindo de 60 a 80% a mais do que a Amarela de Senador Amaral, ou seja, onde o produtor colhia 100 caixas, passa a colher até 180 caixas", observa o pesquisador.

A cultivar Amarela de Senador Amaral foi lançada em 1988 pela Embrapa Hortaliças e tem sido, desde então, a mais plantada no Brasil. Para o pesquisador, o trabalho de pesquisa visando a novas variedades tem a ver com a necessidade de a cadeia produtiva contar com mais opções. "Hoje, 95% dos cultivos é da variedade Amarela Senador Amaral o que acarreta fragilidade no abastecimento do mercado no caso de surtos de insetos pragas, nematoides ou da ocorrência de intenso calor ou frio, com geadas sucessivas", destaca.

As cultivares são recomendadas para plantio em Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás, "sempre acima de 1000 metros de altitude". E para o acesso às mudas dos novos materiais, a Embrapa Produtos e Mercado (SPM) deverá abrir licitação ou edital para a produção de mudas certificadas, possivelmente nos meses de agosto/setembro, com previsão de comercialização em 2016.

PARCERIAS

Assim como tem sido em todos os eventos relacionados aos trabalhos de pesquisas com hortaliças, realizados em cidades mineiras, esse também não foge à regra. Da Emater-MG vem o apoio logístico à Embrapa Hortaliças, indispensável e necessário para a organização dos dias de campo, e na articulação com os produtores.

Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças

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