Parceria com cooperativa testará eficiência de biomanta de coco
Parceria com cooperativa testará eficiência de biomanta de coco
A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e a Cooperativa da Produção Sustentável Familiar de Sergipe (Coopersus) celebraram, na última quarta (14/11), um acordo de parceria para cooperação técnica com foco no teste de eficiência da biomanta feita com a fibra da casca de coco em cultivos de hortaliças e frutas.
O chefe-geral da Unidade da Embrapa, Marcelo Fernandes, recebeu o presidente da Coopersus, José da Paixão Santos, na sede em Aracaju para assinatura do termo, que terá vigência de cinco anos, podendo ser prorrogado por consenso das partes por meio de termo aditivo.
De acordo com o termo, a Embrapa e a Coopersus atuarão em regime de cooperação para determinar a eficiência da biomanta produzida a partir da casca de coco em cultivos de tomate, alface e morango no município de Itabaiana, no Agreste Central Sergipano, onde é sediada a cooperativa, além da vizinha Areia Branca.
O objetivo é medir e validar a eficácia da manta no controle de plantas daninhas, aumento da eficiência no uso de água para irrigação, redução da incidência de pragas e doenças e na elevação da produtividade comercial das culturas.
O termo prevê também estudos e testes para identificar o efeito do líquido extraído da casca do coco verde (LCCV) na proteção e sanidade das três culturas.
A coordenação técnica dos trabalhos de pesquisa ficará a cargo da pesquisadora Maria Urbana Nunes, especialista em aproveitamento de resíduos de coco com foco na sustentabilidade da agricultura. Ela lidera um projeto de pesquisa que busca soluções tecnológicas para o aproveitamento de resíduos da cultura do coqueiro, que tem o Grupo Aurantiaca, com áreas cultivadas de coco verde e agroindústria para exportação de produtos em Conde, no litoral norte da Bahia.
A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE) tembém realiza estudos para aplicações eficazes de resíduos de coco na agroindústria.
A biomanta vem sendo usada na contenção de encostas ou de áreas degradadas e em decoração de interiores, e pesquisas realizadas pela Embrapa apontam grande potencial desse material no aumento da eficiência de diversas culturas agrícolas, entre elas o próprio coco.
O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco possibilita a redução da disposição inadequada de resíduos sólidos e proporciona uma nova opção de rendimento junto aos locais de produção.
Estima-se que o Brasil possui uma área plantada de mais de 100 mil hectares de coqueiro-anão, destinados à produção do fruto verde para o consumo da água-de-coco. As cascas geradas por este agronegócio representam 80% a 85% do peso bruto do fruto e cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras representa cascas de coco verde.
Este material tem sido correntemente designado aos aterros e vazadouros sendo, como toda matéria orgânica, potenciais emissores de gases estufa (metano), e, ainda, contribuindo para que a vida útil desses depósitos seja diminuída, proliferando focos de vetores transmissores de doenças, mau cheiro, possíveis contaminação do solo e corpos d'água, além da inevitável destruição da paisagem urbana.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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