O segmento da agricultura familiar apresenta características específicas, como a utilização de mão de obra familiar, a menor dimensão territorial da unidade produtiva e o atendimento das demandas da própria família. O cultivo de hortaliças, portanto, apresenta-se especificamente adequado aos sistemas de produção familiar, mas muitos desses sistemas ainda mostram-se dependentes da utilização de insumos industrializados, como fertilizantes sintéticos concentrados e agrotóxicos, o que pode trazer contaminação ambiental e alimentar, além de aumentar os custos de produção.
A adoção de práticas agroecológicas contribui para reduzir ou eliminar a necessidade de utilização desses insumos. Dentre tais práticas, destaca-se a sucessão de culturas entre plantas de cobertura do solo e hortaliças. No entanto, este projeto buscou conhecer mais sobre essa tecnologia e seus efeitos sobre as culturas e as características dos agroecossistemas, avaliando os sistemas de sucessão de culturas para a produção de hortaliças sob manejo orgânico ou em transição agroecológica.
Além disso, foi analisado o efeito desses sistemas sobre a fauna edáfica do solo – ou seja, aquela que depende diretamente do solo para sobreviver –, os fungos micorrízicos arbusculares nativos, as plantas espontâneas, a entomofauna benéfica e as características do solo. Por fim, o projeto avaliou o impacto dessa prática por meio da construção de indicadores de sustentabilidade dos agroecossistemas, além de difundir a adoção da prática por agricultores familiares, colaborando para o aumento da sustentabilidade agrícola.