Este projeto tem como objetivo a seleção de genótipos de porta-enxertos resistentes, tolerantes ou mais adaptados aos estresses que se apresentam nas regiões tradicionais de produção vitícola no sul do Brasil, para se evitar maiores prejuízos e garantir a sustentabilidade destas propriedades rurais. Os cultivos de uva para processamento estão concentrados principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os quais respondem juntos por 94,3% da produção nacional. Nestes estados, destacam-se as regiões tradicionais da Serra Gaúcha (RS) e Vale do Rio do Peixe (SC), as quais apresentam um grande número de pequenas propriedades, com administração familiar e com grandes investimentos em variedades rústicas de Vitis labrusca para a produção de suco e vinho de mesa. Pelas condições de relevo, custo da terra e as novas leis ambientais, os cultivos ocorrem predominantemente em áreas de replantio e acumulam um complexo conjunto de estresses. As cultivares atualmente empregadas como porta-enxerto não toleram estas condições e manifestam sintomas de declínio e morte em curto período de tempo após o plantio (10 anos), gerando grandes impactos econômicos, ambientais e sociais, bem como a inviabilidade de um grande número de propriedades. Neste projeto serão feitos ajustes tecnológicos para viabilizar a produção comercial de mudas com os porta-enxertos selecionados. Também serão feitas avaliações de novas cultivares e espécies, com o intuito de se obter um banco de informações técnicas e uma coleção de genótipos com potencial para serem empregados como porta-enxerto ou servirem de referências para programas de melhoramento que visam atender as particularidades dos cultivos vitícolas no sul do Brasil.