A promoção da construção participativa de conhecimentos agroecológicos junto a sistemas de produção familiares em ambientes de montanha da Região Serrana fluminense foi o principal objetivo deste projeto, que pretendeu ainda articular e mobilizar grupos de agricultores para a transição agroecológica. Além disso, foram desenvolvidos conhecimentos acadêmicos para apoiar o diálogo de saberes entre técnicos e agricultores, resgatar práticas socioculturais presentes nos sistemas de produção familiares locais, desenvolver estratégias de manejo agroecológico adaptadas à realidade produtiva desse ambiente e avaliar o impacto de práticas agroecológicas nos sistemas de produção familiares montanheses.
Nota-se, na Região Serrana, o grande cultivo de hortaliças em unidades de produção familiares caracterizadas por altas produtividades, associadas à vulnerabilidade social e a problemas ambientais decorrentes do uso intensivo de agroquímicos. A intenção, a partir de projetos como este, é reverter esse quadro, criando oportunidades para a promoção de inovações apropriadas à realidade socioambiental desses sistemas de produção. A promoção da agroecologia como base tecnológica e metodológica visa ao aumento da sustentabilidade, de forma que os ambientes de montanha onde estão inseridos possam manter o fornecimento de seus serviços ambientais.
Atualmente observam-se dois grupos de agricultores experimentadores estabelecidos: um com base no uso de plantas de cobertura para o manejo de solo com plantio direto, e outro com foco no manejo fitossanitário agroecológico. Para trabalhar as outras temáticas tecnológicas propostas, foram organizadas discussões em fóruns e oficinas temáticas específicas, realizadas durante toda a execução do projeto para fortalecer o intercâmbio de experiências entre agricultores e pesquisadores.
Dessa forma, gerou-se conhecimentos tecnológicos de base agroecológica adequados à produção de hortaliças nos ambientes de montanha da Região Serrana fluminense, com maior sustentabilidade, redução do custo de produção decorrente da menor dependência a insumos externos, minimização das perdas e melhoria da qualidade dos produtos, melhoria da qualidade de vida das famílias envolvidas – devido à menor insalubridade da atividade – e redução dos impactos ambientais.