A agricultura familiar é predominante no Estado do Amazonas. Neste cenário, o grande desafio é o desenvolvimento de alternativas viáveis que sejam apropriadas para esta categoria, ou seja, sistemas de produção que busquem a sustentabilidade destes agricultores e de suas famílias. Dentre as culturas consideradas importantes para a população do Estado, destacam-se a mandioca e a banana, sendo estas desenvolvidas por agricultores familiares, em solos de terra firme e várzea. Estas culturas possuem relevante papel socioeconômico para o Amazonas, por serem, principalmente, componentes indispensáveis na dieta das populações menos favorecidas. Contudo, a produção ainda é insuficiente para atender a demanda interna, exigindo importações de outras regiões do país, em torno de 30% para a mandioca e 50% para a banana. As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental para essas culturas têm resultado no lançamento e recomendação de cultivares resistentes e produtivas, além de sistemas de produção com uso de manejo adequado. Acredita-se que a interação entre pesquisa e extensão na busca conjunta de alternativas que considerem o agricultor como o centro de decisões possa ser crucial para aumentar a adoção destas tecnologias. Diante do exposto, a implantação de um Núcleo Integrado de Transferência de Tecnologia – formado pela interação entre pesquisa, assistência técnica e organização de produtores – buscou dar apoio às comunidades do Manairão, localizado na Rodovia AM 352, que liga Manacapuru a Novo Airão, com aproximadamente 120 famílias, e à Comunidade do Pau Rosa, situada no Assentamento Tarumã Mirim, Km 21 da Rodovia BR 174. O projeto teve como objetivo disponibilizar informações de inovações tecnológicas que contribuíssem para a melhoria dos sistemas agrícolas da mandioca e da banana, utilizados pela agricultura familiar nas Comunidades. Para isso, buscou-se conhecer os sistemas produtivos existentes nas comunidades rurais; selecionar áreas para implantação de unidades de construção do conhecimento coletivo; fornecer cultivares resistentes e produtivas de mandioca e banana; criar um Núcleo de Integração entre a pesquisa, a extensão e agricultores em cada comunidade; capacitar os agentes envolvidos nas atividades; monitorar e avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais; e socializar e divulgar as ações do projeto.