A cajucultura envolve uma série de atividades de importância econômica e social para a Região Nordeste, gerando cerca de 200 mil empregos. Deste total 90% se concentra no meio rural e os outros 10% na indústria, gerando divisas de mais de 160 milhões de dólares anuais. A área com cajueiro no Nordeste é de aproximadamente 700 mil hectares, concentrados no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, responsáveis por mais de 80% da área explorada. O Brasil é o terceiro produtor mundial de castanha, com um volume de mais de 300 mil toneladas anuais. Apesar de sua importância sócio-econômica, o cajueiro apresenta baixa produtividade, situando-se em torno de 300 kg/ha. Dentre as principais causas dessa baixa produtividade, podem ser destacadas: o baixo nível de adoção das tecnologias disponíveis, a carência de mão-de-obra qualificada e a falta de um programa que contemple linha de crédito específica e assistência técnica eficiente para o incremento dessa agroindústria, destinado aos médios e pequenos produtores. A Embrapa dispõe de tecnologias adequadas ao aumento da produtividade. Entretanto, tais inovações não têm chegado ao conhecimento de médios e pequenos produtores. Os municípios de Pio IX, Santo Antônio de Lisboa, Francisco Santos, Monsenhor Hipólito e Picos, no Piauí representam uma região de grande potencial produtivo para o cajueiro, em razão das condições climáticas propícias à produção de frutos e pedúnculos com alta qualidade. Este projeto tem como objetivo transferir tecnologias para produtores da região. Uma das estratégias é coletar informações preliminares sobre os sistemas de produção empregados na Microrregião Sudeste piauiense, com ênfase nos fatores mais limitantes e nos aspectos socioeconômicos relevantes para o desenvolvimento e fazer a transferência de conhecimentos dos clones e variedades de cajueiro desenvolvidas para a região, como também de práticas agroindustriais sustentáveis que possam ser incorporadas aos seus sistemas de produção.