O plantio deve ser feito quando o solo possuir condições físicas e químicas adequadas para receber as sementes, facilitar a germinação e promover o desenvolvimento das plantas.

A semeadura do arroz é feita no início do período chuvoso e concentra-se nos meses de novembro a janeiro. A densidade de semeadura deve permitir uma boa distribuição das sementes dentro do sulco de plantio, sem que haja falhas. A obtenção de uma boa distribuição de sementes, com baixa densidade de semeadura, irá depender da precisão e da boa regulagem das máquinas de plantio. A densidade recomendada varia de 60 a 80 sementes de arroz por metro. Menores espaçamentos possibilitam produtividades de grãos mais elevadas, mas podem deixar as plantas mais suscetíveis às doenças, ao acamamento e aos estresses por veranico. O espaçamento entre linhas deve variar de 20 cm a 40 cm e a profundidade de plantio de 2 cm a 4 cm. O fertilizante deve ser depositado a 5 cm abaixo das sementes.

Máquina de plantio

Para obter desempenho satisfatório na operação, a máquina de plantio ou semeadora adubadora deve:

a) ajustar-se ao espaçamento entre linhas e à densidade de semeadura recomendada para a cultivar de arroz;

b) possuir mecanismos dosadores de sementes e de adubo eficientes e de fácil regulagem;

c) proporcionar baixo percentual de danos às sementes;

d) depositar uniformemente as sementes e o adubo nos sulcos de plantio, em profundidade constante e com pouca remoção de terra;

e) ter boa capacidade de penetração no solo, mesmo no sistema de plantio direto;

f) semear e adubar de forma adequada na presença de restos culturais;

g) possuir satisfatórias autonomia e capacidade de trabalho.

Semeadora adubadora com dosadores de sementes

As semeadoras adubadoras podem ser equipadas com mecanismos dosadores formados por rotor acanalado, disco perfurado horizontal e dosador pneumático.

O rotor acanalado possui reentrância na periferia para extrair uma certa quantidade de sementes de um depósito e descarregar num tubo de condução até o solo. Para regular a quantidade ou a vazão de sementes, deve-se deslocar lateralmente o rotor ou variar, por meio de mudança de engrenagem, a sua velocidade de rotação. O rotor acanalado é o dosador mais indicado para sementes pequenas, distribuídas em grande densidade, como é o caso do arroz. Os mecanismos de discos perfurados trabalham dentro do depósito de sementes das semeadoras na posição horizontal e é o mais utilizado nas semeadoras de grãos graúdos. As principais qualidades desse mecanismo se relacionam com a simplicidade de construção, a facilidade de operação e a boa uniformidade de distribuição de sementes. Os mecanismos dosadores pneumáticos são disponibilizados no sistema por pressão de ar ou no sistema por sucção de ar. Em ambos os casos, a pressão ou sucção é formada por uma turbina posicionada na semeadora, mas acionada pelo trator. Para cada espécie a ser semeada, existem os discos perfurados correspondentes para realizar a dosagem de sementes. As sementes, por ação de pressão ou de sucção, são forçadas a aderir aos furos do disco em movimento, sendo liberadas em uma abertura em que o efeito do ar é minimizado, e elas caem no tubo condutor e daí para o sulco de plantio. É o mais preciso dos dosadores de sementes, porém é mais indicado para distribuição de sementes graúdas como soja, feijão e milho. Na cultura do arroz, esse mecanismo é pouco utilizado.

Semeadora adubadora com dosadores de adubo

As semeadoras adubadoras de arroz podem ser equipadas com mecanismos dosadores de adubo dos tipos roseta, rotor e rosca sem-fim. A roseta, em forma de disco dentado, opera assentada no fundo do reservatório de adubo, sendo acionada por um conjunto de engrenagens denominadas de coroa e pinhão. O adubo é arrastado pelos dentes da roseta para uma comporta de abertura regulável, que o descarrega no condutor de adubo e, daí, no solo. O mecanismo do tipo rotor possui um eixo horizontal com palhetas que, ao girar próximo do fundo do depósito, conduz o adubo para uma comporta de abertura regulável. A rosca sem-fim, mais utilizada nas máquinas de plantio, ao girar, conduz certa quantidade de adubo do depósito para o tubo condutor e, daí, para o sulco de semeadura. A dosagem de adubo por esse mecanismo, ao contrário da roseta e do rotor, é menos sensível à variação da velocidade de operação da semeadora adubadora. Nas semeadoras adubadoras providas de rotor ou de roseta, a regulagem da distribuição de adubo é feita pela alteração da abertura das comportas da caixa de adubo, enquanto nas providas de rosca sem-fim é realizada por meio da variação do diâmetro da rosca ou da velocidade de giro do dosador. 

Semeadora adubadora com disco de corte de palha

No sistema de plantio direto, a máquina deve ter um disco simples, de 16 a 20 polegadas de diâmetro, instalado à frente do sulcador adubador para cortar a palha sobre o terreno. De acordo com a conformação, os discos simples são classificados em ondulados, estriados e lisos, que mobilizam o solo abrindo sulcos com cerca de 9 cm, 5 cm ou 3 cm de largura, respectivamente. Em solos argilosos, o disco ondulado tende a apresentar mais aderência com o solo e a palha que o disco estriado; e esse, por sua vez, mais que o disco liso. O disco liso é geralmente o mais utilizado nas máquinas de plantio direto.

Semeadora adubadora com sulcador e aterrador

Em geral, em cada linha de plantio, as semeadoras adubadoras são equipadas com sulcador provido de um conjunto de discos duplos para semeadura e de uma haste extirpadora para adubação, ou de dois conjuntos de discos duplos, sendo um para semeadura e outro para adubação, ou, ainda, de um só conjunto de disco duplo para semeadura e adubação, o qual, apesar de ser menos eficiente, é o mais usado em máquinas de semeadura do arroz. O aterrador de sulco de plantio é um dispositivo provido de roda, localizado na parte posterior da linha de semeadura, com a função de melhorar o contato da semente com o solo. Os aterradores indicados para o arroz são do tipo convexo, que melhoram o contato do solo com a semente dentro do sulco de plantio. A regulagem é feita pela alteração da pressão de molas, o que resulta em diferentes graus de compactação do solo sobre as sementes e/ou pela alteração do ângulo das rodas.