Manejo do solo

Conteúdo atualizado em: 18/02/2022

Autor

Juscimar da Silva - Embrapa Hortaliças

 

Antes do inicio do cultivo da pimenta e, também, de um programa de manejo da fertilidade do solo é muito importante a caracterização física, química e, se possível, mineralógica do solo. De maneira geral, os solos brasileiros apresentam boas características físicas, com teores de argila variando de 400 a 600 g kg-1, que possibilitam o bom desenvolvimento do sistema radicular das plantas e maior retenção de água.

Por outro lado, nossos solos são pobres quimicamente devido a processos que condicionam seu “envelhecimento” (intemperismo) e que são acelerados por fatores climáticos, como temperaturas altas associadas a chuvas intensas. Tais condições favorecem a mineralização da matéria orgânica do solo e o carreamento de bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) inicialmente presentes nos sítios de troca dos coloides do solo e sua ação continuada leva a redução da reserva natural do solo e a concentração de íons de maiores cargas, como o alumínio (Al3+), que contribuem para a acidificação do solo.

O manejo do solo abrange práticas simples e fundamentais ao bom desenvolvimento das culturas. Diferentes estratégias ou técnicas são utilizadas em conjunto para atingir altas produtividades sem, no entanto, comprometer a sustentabilidade do solo.

A escolha da técnica de manejo adequada depende de alguns fatores como a textura do solo, o grau de infestação de invasoras, os resíduos vegetais remanescentes na superfície, a umidade do solo, a existência de camadas compactadas, pedregosidade e riscos de erosão.

Dentre os tipos de manejo do solo procure sempre optar por métodos conservacionistas, caracterizados por preparos que acarretam em menor revolvimento do solo. No preparo mínimo, por exemplo, são utilizados implementos sobre os resíduos da cultura anterior, com o revolvimento mínimo necessário para o cultivo seguinte. Quando presente, a camada adensada (pé de grade) pode ser rompida utilizando um escarificador a 15 cm de profundidade.

Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas que tenham sido cultivadas nos últimos 3 – 4 anos com outras plantas da família das Solanáceas (como batata, tomate, berinjela, jiló, fumo e fisális) ou Cucurbitáceas (como abóbora, moranga, pepino, melão e melancia). Procure sempre fazer rotações de culturas e, nesse caso, as áreas onde os cultivos anteriores foram de gramíneas (milho, sorgo, arroz, trigo e aveia), leguminosas (feijão e soja) ou de aliáceas (cebola e alho) são as mais indicadas.