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BRS Aleppo: cultivar de grão-de-bico reforça cadeia produtiva de leguminosas
O nome homenageia a segunda maior cidade na Síria, de onde foram trazidos materiais provenientes de ensaios, posteriormente selecionados pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com base em características consideradas promissoras. E com as qualidades confirmadas pelos ensaios introduzidos na região do Distrito Federal, a cultivar de grão-de-bico BRS Aleppo, em fase de produção de sementes, está pronta para ser colocada no mercado, em meio à perspectiva de tornar-se uma alternativa às importações da leguminosa.
A trajetória da BRS Aleppo começou a ser construída a partir do projeto "Recursos genéticos e melhoramento de hortaliças leguminosas (ervilha, grão-de-bico, lentilha e feijão-vagem) visando o fornecimento de proteínas de origem vegetal e elementos funcionais", fomentado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e apresentado pelo pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento. Como desdobramento à aprovação do projeto, o pesquisador viajou em 2010 para a Síria onde visitou o Centro Internacional de Pesquisa Agrícola em Áreas Secas (International Center for Agricultural Research in the Dry Areas – Icarda), em Aleppo, origem dos materiais.
"Esses materiais vieram de ensaios quase prontos para lançamentos, e o primeiro selecionado nos testes conduzidos pela Embrapa Hortaliças/UnB foi a cultivar batizada posteriormente com o nome de BRS Aleppo, que apresentou tolerância às principais doenças provocadas pelo fungo de solo Fusarium, além de ótima qualidade de grãos e boa produtividade", relata o pesquisador. A produtividade da cultivar, apropriada para a região do Planalto Central, foi apontada por Nascimento como importante diferencial entre ela e a cultivar Cícero, lançada pela Unidade em 1994. "Foram quatro anos de acompanhamento e nesse período a BRS Aleppo destacou-se nos índices de produtividade: na última avaliação, realizada em 2013, a cultivar apresentou 3.048 quilos por hectare, bem superiores aos 970 quilos por hectare do grão-de-bico Cícero".
São resultados considerados bastante animadores, tendo em vista os gastos com a importação da leguminosa: em 2015, por exemplo, foram sete mil toneladas, no valor de sete milhões de dólares. "A média histórica dos últimos anos mostra que temos importado cerca de sete mil toneladas de grão-de-bico, com valores aproximados de sete a nove milhões de dólares", destaca o pesquisador.
Segundo ele, a aposta daqui para frente gira em torno da inversão dessa logística, tendo em vista que além da BRS Aleppo a Embrapa Hortaliças está desenvolvendo outros materiais com características bastante promissoras.
Ano das Leguminosas
A boa fase do grão-de-bico no que se refere a novos materiais está bem de acordo com o momento vivido pela leguminosas, a partir da decisão da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Com o tema "Sementes Nutritivas para um Futuro Sustentável", a ONU declarou 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas.
O assunto também será tema de seminário que será realizado nos dias 18 e 19 de agosto, com o objetivo de apresentar as perspectivas de um mercado bastante promissor, baseado em novas tecnologias relacionadas à produção de leguminosas.
Anelise Macêdo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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