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Mandioquinha-salsa: novas cultivares são validadas em MG
Validação – ato ou efeito de legitimar, confirmar, aprovar - tem sido a palavra de ordem para as cultivares de mandioquinha-salsa BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64, chamadas no campo algumas vezes tão-somente de Rúbia e Catarina, desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) como uma alternativa de cultivo à cadeia produtiva da hortaliça. O mais recente evento relacionado à dupla de cultivares aconteceu no dia 17 de março último, no município mineiro de Bueno Brandão, em um dia de campo que reuniu representantes de 15 municípios, entre produtores e técnicos de diversos escritórios da Emater-MG.
"Não se tratou de lançamento, mas de uma avaliação participativa das novas variedades de mandioquinha-salsa, a partir dos respectivos desempenhos mostrados nos testes que vêm sendo conduzidos desde 2011, em doze campos instalados no sul do Minas Gerais, começando pelos municípios de Toledo, Munhoz, Bueno Brandão, Senador Amaral e Espírito Santo do Dourado, para que tenhamos mais segurança nos resultados", explica o pesquisador e coordenador dos trabalhos com a mandioquinha-salsa Nuno Madeira.
Tendo em vista os resultados que já vinham sendo mostrados nesses campos, a avaliação não decepcionou. Comparadas com a cultivar Amarela Senador Amaral, lançada em 1988 pela Embrapa Hortaliças e que detém 95% da área cultivada, a BRS Rúbia 41 e a BRS Catarina 64 foram bem mais longe no quesito da produtividade: são entre 60 a 80% mais produtivas, significando que onde o produtor colhia 100 caixas da Senador Amaral passa a colher até 180 caixas. Com esses resultados, cresce a demanda por mudas das cultivares, o que só deve acontecer no próximo ano, segundo o pesquisador.
"Por ser uma planta que tem origem na Cordilheira dos Andes, recomendada para plantio sempre acima de 1000 metros, o aumento da temperatura em razão das mudanças climáticas que vêm ocorrendo prejudicou a multiplicação de mudas", assinala Madeira, que destaca o papel da Eagle, Flores, Frutas & Hortaliças Ltda no processo de produção de mudas. "Atualmente, a Eagle é a empresa que atua na multiplicação a partir do edital de oferta pública da Embrapa Produtos e Mercado, em 2015".
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Além da BRS Rúbia 41 e da BRS Catarina 64, foram apresentados durante o evento em Bueno Brandão novos resultados considerados promissores. Segundo o pesquisador, que destaca a boa performance comercial desses materiais, que apresentam a pele lisa e bonita, o visual é bem semelhante ao da Amarela Senador Amaral. Por outro lado, duas cultivares não apresentam boa aparência na casca, o que deve direcionar seu posicionamento no mercado para outros nichos.
Após Minas Gerais, foi a vez de Santa Catarina (Canoinhas e Angelina), destino do pesquisador para uma avaliação dos campos plantados com os novos materiais de mandioquinha-salsa. Os resultados sinalizaram, por ora, a impossibilidade de validação da BRS Rúbia 41 e da BRS Catarina 64. "Os processos de instalação dos campos foram iguais ao de Minas Gerais, só que no Sul as mudas foram perdidas em razão das inconstâncias climáticas, com geadas sucessivas (2011 e 2013) ou verão muito quente".
As discussões sobre as instabilidades climáticas e os seus efeitos sobre o cultivo da mandioquinha-salsa foram debatidos em Canoinhas, onde Madeira participou de uma oficina com mais de 200 produtores, em conjunto com o escritório da Embrapa local, e a presença do pesquisador Giovani Olegário e do analista Antônio Bortoletto. O evento incluiu, ainda, atendimento à Cooperativa Cooptrasc (Cooperativa de Trabalho e Extensão Rural Terra Viva), interessada em incrementar a produção de mandioquinha-salsa junto a seus cooperados.
Anelise Macêdo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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