A Embrapa vem conduzindo, desde 2003, trabalhos que visam o desenvolvimento e/ou a adaptação de sistemas de produção de hortaliças em sistema de plantio direto. Nesse período, foram conduzidos trabalhos com brássicas, cucurbitáceas, tomate para processamento industrial, cebola, entre outras culturas. Esses trabalhos mostram que o sistema de plantio direto (SPD) pode ser uma alternativa interessante para manutenção da sustentabilidade em cultivos de hortaliças. Os resultados obtidos indicam uma clara tendência de redução das perdas de solo, água e nutrientes, aumento nos estoques de carbono e nitrogênio, redução da temperatura, e aumento da umidade e da biota do solo. A atuação do SPD como mecanismo de adaptação torna-se ainda mais importante diante de características dos sistemas de produção, tais como o uso intensivo do solo e de insumos e a vulnerabilidade das espécies a extremos climáticos de precipitação e temperatura, que colocam em risco a sustentabilidade dos sistemas. Associado a isso, a presença de cultivos em ambientes declivosos, tais como aqueles que ocorrem nas regiões serranas dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tornam o cenário futuro ainda mais preocupante. O projeto pretende, por meio do intercâmbio de informações, publicações técnicas e do treinamento de multiplicadores, difundir a produção de hortaliças em sistema de plantio direto em regiões produtoras situadas em ambientes declivosos, especialmente nas regiões serranas do Sudeste brasileiro. Com o aumento da adoção de tal técnica espera-se mitigar as emissões atmosféricas de gases de efeito estufa a partir do solo agrícola e, principalmente, promover a adaptação dos sistemas de produção de hortaliças às mudanças climáticas por meio da redução da vulnerabilidade à erosão e da perda de fertilidade, da diminuição da temperatura do solo, da redução da pressão de plantas espontâneas, entre outros.