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Futuro da conservação de plantas será tema de workshop na Embrapa
A conservação de espécies vegetais de importância alimentar é preocupação da Embrapa desde a sua criação, em 1973. A empresa possui mais de 170 bancos de germoplasma vegetal espalhados por todo o País e o maior banco genético vegetal da América Latina, o que pode significar a garantia de que nunca falte o arroz e feijão na mesa dos brasileiros. O futuro da conservação dos recursos genéticos vegetais, tema que abrange desde a conservação física até o atendimento das demandas da sociedade, será discutido no workshop “Futuro da Conservação dos Recursos Genéticos Vegetais”, que acontecerá no dia 19 de setembro de 2017, no auditório Biomas da Embrapa, em Brasília – DF.
O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, fará a palestra de abertura do evento. “A conservação de recursos genéticos de nossas culturas é fundamental para garantir o lançamento constante de novas variedades capazes de suportar os múltiplos desafios que a produção global de alimentos enfrenta: mudanças graduais de temperatura e precipitação, pragas, doenças e até mesmo desastres naturais”, afirma Lopes.
Direcionado a pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação, formadores de políticas públicas, bem como aos demais interessados no tema, o evento, que conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAP-DF, trará especialistas para discutir questões essenciais para o futuro das espécies.
"A conservação de recursos genéticos é uma atividade estratégica para o Brasil e para a segurança alimentar da humanidade. Apesar de todos os avanços em tecnologia da informação e "big-data", a conservação física dos materiais é absolutamente necessária para as gerações futuras”, afirma o Chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral.
O pesquisador Juliano Pádua, responsável pelo Banco Genético da Embrapa e um dos organizadores do evento, adianta que entre os assuntos que serão debatidos estão a utilização de ferramentas biotecnológicas para apoiar as ações de conservação e a identificação de genes úteis para os programas de melhoramento e atividades de pesquisa.
Outro ponto destacado pelo pesquisador e que também será alvo de discussões é a necessidade de se estabelecer novas metodologias para avaliar a integridade genética e fisiológica dos materiais conservados, para que possam ser mantidos por longo tempo com altos índices de viabilidade.
O workshop contará com a presença de um dos maiores estudiosos do mundo na área de conservação, o pesquisador Hugh Pritchard, do Royal Botanic Gardens, em Kew (Reino Unido). Autoridade no assunto, Pritchard abordará o futuro da criopreservação de plantas na palestra “Perspectivas da conservação in vitro e criopreservação de plantas”.
A programação conta ainda com os seguintes especialistas: Dario Grattapaglia, Edson Sujii, Fernando Silva e Izulmé Santos, da Embrapa; Edvaldo Silva, da UNESP de Botucatu (SP); Fernando Schiavini, da FUNAI; Gabriel Fernandes, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia; Gustavo Martinelli, do CNCFlora/Jardim Botânico do Rio de Janeiro e José Baldin Pinheiro, da ESALQ/USP.
“Esperamos que o evento nos auxilie a prospectar necessidades e que funcione como um catalisador de inovação, motivando e potencializando as equipes a se prepararem para atender as demandas futuras”, afirma Pádua.
Workshop reunirá pesquisadores, agricultores e comunidades tradicionais
Um dos pontos fortes do workshop “Futuro da Conservação de Recursos Genéticos Vegetais” será a troca de experiências entre pesquisadores, melhoristas, agricultores e representantes dos povos tradicionais que, juntos, vão pensar em como melhorar o atual sistema de conservação brasileiro.
“Temos algumas pistas sobre o que mudará no futuro da conservação de recursos genéticos. Contudo, queremos ouvir outros grupos que atuam na área, não necessariamente em pesquisa, como os agricultores e indígenas. Esses atores possuem uma visão diferente da nossa, e por isso é fundamental ouvi-los para melhorarmos o nosso sistema de conservação”, explica o pesquisador Juliano Pádua.
Atualmente, a Embrapa realiza tanto a conservação in situ de recursos genéticos vegetais, que é aquela realizada dentro dos ecossistemas e habitats naturais onde as espécies ocorrem, quanto a conservação ex situ, que envolve a manutenção, em Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs), no campo ou em casas de vegetação, de uma amostra das espécies consideradas importantes para a agricultura.
O Banco Genético da Embrapa, localizado na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília – DF, foi inaugurado em 2014 e conserva mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 690 espécies agrícolas de importância socioeconômica, além de 1.250 acessos de 21 espécies in vitro.
“Creio que o futuro da conservação esteja ligado a um conjunto de estratégias complementares que assegurem a conservação das espécies. Essas estratégias devem envolver ações de responsabilidade de diversos órgãos governamentais e também agricultores, comunidades tradicionais e empresas privadas, unindo conservação ex situ e in situ”, conclui Pádua.
Serviço:
Workshop "Futuro da Conservação dos Recursos Genéticos Vegetais"
Data: 19/09/2017
Hora: 8h30 às 17h
Local: Auditório Biomas (Embrapa Sede, Bloco D)
Confirme a sua inscrição pelo e-mail: cenargen.nco@embrapa.br
O evento será transmitido a todas as Unidades da Embrapa por meio de videoconferência.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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