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Livro aponta 177 espécies de plantas nativas da região centro-oeste com potencial para cultivo sustentável
Editado em parceria entre o MMA, Embrapa e parceiros, a obra identifica espécies nativas da flora brasileira com valor econômico para a agricultura familiar e o setor empresarial no Brasil.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o apoio de instituições parceiras, lançam o livro “Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro – Região Centro-Oeste”. Resultado de mais de uma década de pesquisas, a obra apresenta informações sobre 177 espécies nativas da região centro-oeste com potencial de aplicação em diversas áreas, como: alimentação, medicamentos e cosméticos, entre outras. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira, a conservação dos seus componentes e a promoção do uso das espécies nativas de valor econômico atual ou potencial em prol da agricultura familiar e do setor empresarial brasileiro. O livro está disponível para download no link.
Esse é o segundo de uma série de cinco livros que estão sendo publicados no âmbito da Iniciativa "Plantas para o Futuro" e do Projeto BFN (Biodiversidade para Alimentação e Nutrição). O intuito é identificar espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro.
A região centro-oeste do Brasil engloba uma área de 1.606.370 km², dividida entre os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal. Ao longo dessa extensão territorial, encontram-se três biomas: o Cerrado, o Pantanal e parte da Floresta Amazônica, o que torna a região muito rica em espécies vegetais nativas. Mas, a exploração predatória e a expansão crescente da agricultura aliadas ao uso inadequado dessas espécies, em decorrência do pouco conhecimento científico, vêm fazendo com que ainda sejam subutilizadas pelos produtores da região. A maior parte delas apresenta qualidades e características que indicam potencial para uso sustentável pelos produtores locais e para a indústria, o que as levou a merecer o título de “plantas para o futuro”.
Além desta região e da região Sul, cujos livros já estão disponíveis para o público, o Ministério do Meio Ambiente vem concentrando esforços para finalizar as publicações referentes às regiões Nordeste, Norte e Sudeste.
Obra foi escrita a 288 mãos
O livro reuniu 144 autores de instituições de pesquisa e ensino brasileiras e contém 1.062 páginas. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Roberto Vieira, que é um dos editores, o objetivo principal da publicação é fazer com que as informações levantadas sobre a flora da região cheguem ao alcance dos pequenos produtores e do setor produtivo, de forma a otimizar a sua utilização sustentável e o aproveitamento comercial.
Outro aspecto importante é o estimulo produtivo e o fortalecimento da participação das comunidades locais, contribuindo para estreitar as relações entre o produtor e o consumidor. Além disso, objetiva evidenciar os benefícios socioeconômicos e ambientais decorrentes da biodiversidade nativa, oferecendo à sociedade produtos diversificados, de modo a suprir a crescente demanda por novas espécies de interesse alimentício, medicinal, cosmético, aromático, entre outros.
A obra contribui ainda para o resgate de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, particularmente no que se refere à promoção do uso sustentável de componentes da biodiversidade brasileira, a exemplo da Convenção sobre Diversidade Biológica e do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA).
De acordo com Vieira, a produção de espécies nativas do centro-oeste pode representar uma inovação tecnológica para os agricultores e produtores da região, como alternativa de diversificação de produtos para o mercado. Ele ressalta que a riqueza da biodiversidade, apesar de notória, ainda não apresenta inserção significativa no mercado. “Essa situação só pode ser revertida com investimentos na geração de tecnologias adaptadas às condições socioeconômicas existentes”, ressalta o pesquisador, lembrando que o conhecimento compartilhado no livro é um passo importante para o desenvolvimento de novas tecnologias em prol do setor produtivo”, finaliza.
Fernanda Diniz (MTb 4685/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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