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Protagonismo de cientistas e agricultoras brasileiras contribui para colocar o Brasil como referência no combate à fome oculta na América Latina e Caribe
O Brasil, hoje, é responsável por nutrir cerca de 20 mil pessoas, de um total de quase 50 mil beneficiados na América Latina e Caribe, com alimentos mais ricos em vitaminas e minerais – os chamados biofortificados – que por meio de melhoramento convencional têm seus teores de micronutrientes mais elevados que os convencionais. É diante desse cenário, que ao observar seus bastidores, enxergamos o trabalho de pesquisadoras responsáveis por não só ampliar o desenvolvimento dessa tecnologia, como também sua transferência aos consumidores.
A líder do programa de biofortificação brasileiro e coordenadora do HarvestPlus América Latina e Caribe, Marília Nutti, é a responsável por administrar as estratégias construídas para disseminar tanto as ações de transferência de tecnologia quanto de pesquisa. Marília Nutti também é pesquisadora na Embrapa Agroindústria de Alimentos, junto com sua colega, a pesquisadora Izabela Miranda de Castro, que já realizou cursos de capacitação de análises de carotenoides em países como El Salvador e República Democrática do Congo, fortalecendo o intercâmbio de conhecimento em importantes áreas no combate a insegurança nutricional.
A agricultura familiar também tem sido um ambiente propício para o destaque de habilidosas produtoras rurais. Dona Antônia Lúcia Carvalho, por exemplo, é uma das principais figuras do meio rural maranhense, pois tem conseguido certo sucesso com a produção e venda de produtos processados a base de biofortificados, como seus famosos doces da batata-doce Beauregard. “Tenho plantado na minha propriedade a batata-doce biofortificada, o feijão e o milho. Procuro mostrar aos outros produtores que se trata de um produto inteiramente natural, sem nenhuma contraindicação”, conta dona Antônia Lúcia Carvalho, que ano passado, em evento realizado para comemorar o Dia Mundial da Alimentação, ministrou um minicurso para repassar a técnica de preparo de receitas como o caldo de batata-doce e do tropeiro com feijão-caupi verde.
No Centro-Oeste, mais especificamente no Estado de Mato Grosso, o comando das ações também tem tido um toque feminino: a pesquisadora Marilene Alves, da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, que tem coordenado as ações de Dias de Campo e Transferência de Tecnologia nos Municípios do interior de Mato Grosso, como em Tangará da Serra. Campos Experimentais, Dias de Campo e cursos têm sido algumas das ferramentas desenvolvidas para gerar um impacto positivo no Estado, responsável por umas das maiores produções de grãos do país. “Estamos encaminhando o material para as comunidades, pois poderão produzir em escala maior e, assim, atender a alimentação escolar", diz a pesquisadora Marilene Alves a respeito das intenções com as escolas públicas.
Raphael Santos (MTb 35.303/RJ)
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