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Realidade virtual mostra benefícios dos sistemas ILPF na Agrishow
Quem passou pelo estande da Embrapa na Agrishow, feira realizada em Ribeirão Preto de 29 de abril a 3 de maio, também teve a oportunidade de conhecer os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) por meio de realidade virtual. Ao percorrer um túnel usando óculos especiais, era possível ver como uma área degradada, com baixa capacidade de produção, pode se transformar em área produtiva e sustentável, com técnicas de correção de solo para plantio, entrada de gado em pastagem reformada e plantio de árvores.
A estudante de agronomia Ana Keila Botelho Pereira, da Universidade de Taubaté (Unitau), no interior de São Paulo, gostou da experiência com a realidade virtual. “Eu achei bem educativa, uma maneira mais eficiente e mais fácil de aprender, de ensinar e transmitir aquilo que você está querendo para uma pessoa, o que é bem melhor do que uma leitura”, acredita. Para ela, com o áudio e as imagens, foi possível compreender melhor as informações transmitidas.
Essa é uma forma de apresentação que aproxima, realmente, o produtor da realidade, de acordo com a analista Marcileide Zirondi, do Sebrae de Ji-Paraná, em Rondônia. “Essa interação é importante para o produtor. O que mais me chamou a atenção é algo que Rondônia está agora caminhando forte, que é essa integração da soja com a pecuária, que Rondônia é muito forte na área de pecuária. Está havendo muito essa questão da soja, então vai ser importante para os nossos produtores fazer essa apresentação na qual ele vai verificar que dá certo, então ele pode apostar nessa ideia”, disse.
A realidade virtual também foi a ferramenta usada pelos membros da comitiva da Câmara de Comércio Afro-Brasileira (AfroChamber), para reforçar o entendimento da teoria da tecnologia. Conforme Rui Mucaje, presidente de inteligência comercial da AfroChamber, a experiência virtual tornou a ILPF ainda mais interessante para as demandas dos países africanos, uma vez que os sistemas integrados de produção podem garantir a melhoria na renda e propiciar o melhoramento do solo, por possibilitar o consórcio de culturas, produzir na mesma área madeira, grãos e carne.
“Buscamos a experiência da Embrapa com a ILPF, capaz de disseminar a integração pelo Brasil, fato que coloca no radar dos países africanos a adoção desse tipo de tecnologia,” disse. Mucaje explicou que o continente africano experimenta um momento de renovação política bastante expressivo e esse foi o principal incentivo para a vinda da delegação, com representantes de países como Sudão e Angola ao Brasil. “Viemos em busca da experiência brasileira com agricultura tropical, sobretudo com a Embrapa para, por meio de parcerias, acessarmos as tecnologias adaptadas às condições tropicais, que também são inerentes às condições climáticas do continente africano, sobretudo o Sudão, com seu vasto território”, completou.
Os visitantes ressaltaram que as pesquisas mostram a África como detentora de pelo menos 30% das terras agricultáveis disponíveis no mundo e que o Brasil é notadamente o parceiro ideal para a transferência de tecnologia para o continente. “Esse movimento de aproximação com Brasil tem se fortalecido e buscamos, pelo intercâmbio, promover o crescimento econômico da África, melhorar a vida das pessoas e tornar o continente autossuficiente na produção de alimentos, uma vez que a agricultura é a mais democrática e inclusiva dos sistemas geradores de recursos,” explicou o presidente da AfroChamber.
Agricultura de precisão
Outra trilha mostrou passos para a adoção da agricultura de precisão em propriedades e em diferentes sistemas de produção. A ideia foi reforçar a importância dos dados e seus fundamentos em direção à agricultura digital, mostrando que as potencialidades e oportunidades da inteligência artificial e da mineração de dados para gerar recomendações agronômicas que promovam aumento de produtividade, com redução de custos e de impactos ambientais, estão cada vez mais próximos ao produtor. “Montamos um roteiro de estações para o produtor entender todos os passos da agricultura de precisão, o seu potencial e o potencial de cada ferramenta”, disse o pesquisador Ricardo Inamassu, da Embrapa Instrumentação.
Ele lembrou que a Agrishow é o evento mais importante de máquinas do Brasil, pois reúne um número muito grande de fabricantes e existem muitos expositores que trazem ferramentas para a agricultura de precisão. “Muitas vezes, o agricultor tem dificuldade em integrar todas essas ferramentas de forma a potencializar a sua produtividade. O que conecta e dá sentido ao uso adequado dos equipamentos são os conceitos. Conhecemos a complexidade da lavoura e o domínio dos conhecimentos tácitos pelos produtores que estão envolvidos nos processos de produção. Integrar esses conhecimentos com o arsenal de máquinas, equipamentos, sensores e softwares, de modo a potencializar a sustentabilidade, foi o desafio que a trilha buscou discutir com o público do evento”, ressaltou.
Lançamento e “Manhã com a Embrapa”
A Embrapa Informática Agropecuária lançou na feira a plataforma AgroAPI Embrapa, tecnologia para disponibilizar informações e modelos gerados pela Embrapa e parceiros que poderão ser usados por empresas e startups para a criação de soluções digitais para o setor agropecuário. “É uma plataforma concebida para inovação na agricultura digital e tem um potencial enorme de uso de modelos para novos negócios que serão feitos pelas startups e outras empresas interessadas no agronegócio, para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da agricultura brasileira”, afirmou o pesquisador Ariovaldo Luchiari Júnior.
Durante a feira, ainda houve a “Manhã com a Embrapa” na Arena do Conhecimento. O pesquisador Júlio Franchini, da Embrapa Soja, falou sobre inovações na avaliação da qualidade do manejo do solo com o uso de imagens aéreas obtidas com vant (veículos aéreos não tripulados). A viticultura de precisão foi abordada pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação Luís Henrique Bassoi e a Agricultura Digital e Internet das Coisas foi o tema da palestra da chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá. O sistema Agrotag foi apresentado pelo pesquisador Ladislau Skorupa, da Embrapa Meio Ambiente, que tratou da qualificação e monitoramento da adoção de sistemas de ILPF.
Outras tecnologias apresentadas pela Embrapa e parceiros foram análise da qualidade de grãos com ressonância magnética nuclear, fertilizante MicroActive desenvolvido a partir da nanotecnologia, base de dados Digipathos com imagens de doenças de culturas agrícolas, calculadora RenovaCalc para cálculo das emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida dos biocombustíveis, sistemas de eletrificação de gotas, e laboratório Fertmóvel de análise de fertilidade do solo.
A Empresa foi representada na feira por onze centros de pesquisa: Agrossilvipastoril (Sinop, MT), Florestas (Colombo,PR), Informática Agropecuária (Campinas, SP), Instrumentação (São Carlos, SP), Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Soja (Londrina,PR), Solos (Rio de Janeiro), Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), Territorial (Campinas,SP), Trigo (Passo Fundo, RS) e Uva Vinho (Bento Gonçalves,RS). Além de demonstrar as inovações para melhorar a agricultura, houve assinatura de acordos de cooperação técnica visando ao desenvolvimento de soluções tecnológicas conjuntas com o setor privado.
Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Informática Agropecuária
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Joana Casturina (MTb 19.554/SP)
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Marcos Vicente (MTb 19.027/MG)
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