Embrapa Pecuária Sudeste
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Em 4 décadas, trajetória da Embrapa Pecuária Sudeste vai de uma nova raça a sistemas de produção sustentáveis
Foto: Gisele Rosso
Embrapa Pecuária Sudeste completa 40 anos de dedicação à pesquisa agropecuária nesta quarta-feira, 26 de agosto.
No dia 26 de agosto a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP) completa 40 anos. Os resultados vão desde o desenvolvimento de uma raça bovina, a Canchim, até tecnologias para redução de emissão de gases de efeito estufa na pecuária, uso da água na criação animal e sustentabilidade dos sistemas de produção.
Para atender às diferentes necessidades da agropecuária e da sociedade, o Centro de Pesquisa passou por várias mudanças desde sua criação. Nos primeiros anos, a ênfase foi no aumento da produção e da produtividade, para a substituição de importações de carne, leite e outros alimentos. Hoje, o país é o segundo maior produtor de carne bovina e maior exportador do mundo.
Aos poucos, os trabalhos foram sendo diversificados e, atualmente, são realizadas pesquisas que abrangem biotecnologia animal e vegetal, aspectos ambientais da pecuária, nutrição e saúde animal, pecuária de precisão, entre outras. O objetivo final é fazer chegar ao consumidor leite e couro de qualidade e carne mais macia e saborosa, com sustentabilidade.
A maciez da carne, por exemplo, tem sido pesquisada desde 2006, pela Embrapa Pecuária Sudeste e instituições parceiras. A ideia é disponibilizar um conjunto de marcadores moleculares e selecionar animais para reprodução de descendentes com características de interesse do pecuarista. Com o uso de marcadores reduz-se o tempo para se chegar a animais produtores de carne de qualidade e o custo de testar muitos touros.
Novos resultados
Entre os recentes lançamentos de tecnologias da Embrapa Pecuária Sudeste estão um software para controle de verminose ovina, uma ferramenta online que permite a produtores e técnicos realizarem simulações futuras do cultivo de pastagens no Brasil e uma leguminosa de custo baixo para recuperação de áreas de pastagem degradada. A Unidade também lidera trabalhos para redução da emissão de gases de efeito estufa na pecuária e analisa a pegada hídrica da carne e do leite em sistemas de produção locais.
Ainda, estão em andamento estudos para identificar espécies nativas de gramíneas para cobertura de solo com baixo custo de manutenção e adaptadas a diferentes regiões do Brasil. O objetivo é encontrar tipos de forração mais adequados para pistas de decolagens em aeroportos, margens de rodovias, jardins, campos para atividades esportivas, além de outras alternativas.
O foco em sustentabilidade na pecuária tem incentivado pesquisas com integração lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Os sistemas são viáveis para diversificar a produção e melhorar a renda dos produtores rurais, sem comprometer os recursos naturais. Vários modelos estão sendo avaliados e os resultados são promissores.
Na área de transferência de tecnologia, a empresa tem os projetos Balde Cheio e Bifequali TT. O Balde Cheio busca o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares. Em 2014, o programa abrangeu 2102 fazendas, em 410 municípios de nove Estados brasileiros, integrando milhares de produtores. Já, o Bifequali TT aplica conceitos da pecuária sustentável em propriedade de gado de corte. A base é a capacitação de técnicos, monitoramento da atuação dos extensionistas e avaliação do impacto das tecnologias recomendadas pela Embrapa.
As pesquisas na empresa focam, de acordo com o chefe de Pesquisa & Desenvolvimento, Alexandre Berndt, a sustentabilidade da produção agropecuária em equilíbrio com conservação do meio ambiente e ganhos sociais e econômicos. As tecnologias privilegiam a consorciação e a intensificação sustentável dos sistemas de produção de leite, de carne e de ovinos.
Quatro décadas de história
A fazenda Canchim, até 1930, era uma propriedade de café, implantada no século XIX. Com a crise mundial de 1929, a economia cafeeira entrou em decadência.
Em 1935 a fazenda foi repassada ao Ministério da Agricultura, quando o médico veterinário Antonio Vianna implantou uma estação experimental, iniciando os primeiros trabalhos de pesquisa no local.
Em 1975, a Embrapa incorporou a fazenda, que se transformou em um centro de pesquisa da instituição.
Gisele Rosso (MTb/3091)
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