O projeto tem como objetivo desenvolver tecnologias silviculturais e sistemas de produção em bases sustentáveis visando à expansão de plantios florestais no País, com foco na obtenção de biomassa para geração de energia. Esse tipo de energia é considerado renovável e sustentável e um dos pilares da plataforma de agroenergia no Brasil. O país é um dos líderes na produção de biomassa florestal para celulose, papel e energia e os plantios florestais com as espécies dos gêneros Eucalyptus e Pinus destacam-se por representarem a principal fonte de suprimento de madeira destas importantes cadeias produtivas de segmentos industriais. Na siderurgia, à base de energia renovável, o País também se destaca como o maior produtor mundial de carvão vegetal, sendo os principais consumidores os setores de ferro-gusa, aço e ferros-liga. A produção de biomassa vegetal, em 2010, representada pelo etanol derivado da cana-de-açúcar, e pela lenha e carvão provenientes de florestas nativas e plantadas, correspondeu por cerca de 30% da matriz energética nacional. Apesar disso, hoje a demanda industrial de madeira para energia no País já é maior que a oferta, acarretando num déficit de matéria prima que poderá limitar o crescimento do setor, em função do aumento dos custos de produção, além de incentivar maior pressão de consumo sobre as florestas nativas. Até o ano de 2020, também se espera um elevado potencial de crescimento do agronegócio brasileiro. No ritmo atual, a demanda pelo consumo de lenha e derivados da madeira para geração de energia, visando atender os setores da agroindústria, também deverá experimentar um crescimento significativo. Esse aumento da produção também tem levado a uma grande demanda por recursos naturais (solo, água e florestas), os quais são explorados muitas vezes de modo inadequado, comprometendo a sustentabilidade da atividade agropecuária brasileira. Diante desse quadro, e da necessidade de aumentar a oferta de madeira de plantios florestais, torna-se imprescindível introduzir ou aperfeiçoar técnicas que contribuam eficientemente para o aumento da produtividade e melhoria da qualidade das plantações, proporcionando sustentabilidade aos sistemas de produção, sem prejuízos ao ambiente. A presente proposta vai desenvolver tecnologias silviculturais e sistemas integrados de produção em bases sustentáveis visando à expansão de plantios florestais no País, com foco na obtenção de biomassa energética. Com os resultados do projeto espera-se conseguir definir técnicas silviculturais para espécies florestais mais aptas à produção de biomassa energética, com base na realidade da matriz energética local em diferentes regiões do País, com ênfase nas regiões com pouca ou nenhuma tradição florestal. E, também, definir o arranjo espacial e o manejo florestal em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), capazes de oferecer vantagens econômicas diferenciadas para o produtor rural. A reincorporação ao processo produtivo de áreas alteradas, a partir de plantações florestais nativas e exóticas, também poderá contribuir significativamente para o aumento da oferta de madeira para biomassa, e diminuir a pressão sobre as florestas naturais. O reflorestamento em áreas degradadas e carentes de alternativas de suprimento energético, em pequenas e médias propriedades rurais, poderá representar um importante papel futuro, tanto na produção de madeira para usos diversos, como na conservação ambiental, propiciando ainda, acréscimos de renda para o produtor rural. Finalmente, espera-se que todos os esforços e benefícios gerados por estas tecnologias resultem em aumento de produtividade das plantações florestais para biomassa, aumento da eficiência dos processos e melhoria da qualidade dos produtos, geração de trabalho e renda, melhoria da qualidade de vida no campo e da qualidade do ambiente para toda sociedade brasileira.