O setor de couros e derivados encontra-se entre os segmentos em que o Brasil apresenta fortes indicadores de competitividade. Nos últimos 15 anos, a produção brasileira passou de 22 milhões para cerca de 40 milhões de peles, enquanto a exportação alcançou o patamar de 34 milhões de unidades, gerando divisas da ordem de R$ 2 bilhões. Acredita-se que o Brasil deixe de ganhar US$ 500 milhões/ano pela baixa qualidade do couro bovino. O principal fator limitante à melhoria da qualidade do couro é a inexistência de sistemas de remuneração diferencial pela qualidade da matéria-prima, possíveis de serem criados a partir de programas de classificação de couros e peles. O Ministério da Agricultura estabeleceu, por instrução normativa, critérios de classificação do couro bovino, visando sua valorização. Seu escopo determina a classificação em três níveis, diferenciados pela presença de defeitos e caracterizados como "A", "B" e "C". Estudos feitos pela Embrapa sobre esta instrução normativa revelaram que esse sistema de classificação se mostrou inadequado. Assim, propôs-se que a Embrapa aprimorasse e validasse um Sistema Nacional de Classificação de Couro Bovino, visto que já possuía experiência na área e contava com resultados de projetos anteriores para subsidiar as próximas etapas do processo.