Cidade de São Paulo é a maior consumidora de palmito do mundo
Cidade de São Paulo é a maior consumidora de palmito do mundo
A cidade de São Paulo, considerada a maior da América Latina, é a maior consumidora de palmito do mundo. O Brasil é também o maior fornecedor do produto e detém 74,3% do mercado mundial de palmitos em conserva no mundo, que arrecada cerca de R$ 350 milhões por ano. Os dados foram apresentados pelo diretor superintendente da Inaceres, Ricardo Araújo Ribeiral. A empresa, que pertence ao grupo Agroceres, é líder no mercado brasileiro de produção, industrialização e comercialização de palmitos cultivados de pupunha.
No Brasil, várias palmeiras produzem palmito comestível. Entre elas, a espécie mais conhecida e apreciada é a Euterpe edulis Mart., comumente chamada de palmiteiro juçara ou jiçara, produtora do palmito branco. É encontrada na Região Centro-Sul do País e no Estado de São Paulo (LIN,1988). Segundo a Inaceres, a palmito da juçara é o mais consumido no Brasil, seguido pelo palmito do açaí e pelo palmito pupunha.
Um dos desafios que os setor ainda enfrenta é o alto preço do produto. Pesquisa realizada pela Inaceres mostrou que 75% do palmito é consumido pela classe A, sendo 68% pessoas entre 25 e 34 anos. As regiões Sudeste e Sul são as maiores consumidoras do produto, mas em 2015 houve crescimento de 83% do consumo na região Nordeste.
"O brasileiro adora palmito e gostaria de consumir mais. Por isso, precisamos vencer a desconfiança e o custo do produto para alcançar o potencial adormecido do palmito", afirmou Ricardo. Ele foi um dos palestrantes do Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial: Espécies nativas do Brasil, promovido pela Embrapa nos dias 21 e 22 de setembro em Campinas (SP). O evento reuniu 190 participantes, entre inscritos e convidados, de aproximadamente 65 instituições.
Embrapa pesquisa pupunha, araucária e erva-mate
A pupunha, a araucária e a erva-mate são três espécies florestais para as quais a Embrapa desenvolve pesquisas, conhecimentos e tecnologias para os produtores. As pesquisas buscam a adaptação dos cultivos para a agricultura familiar (pupunha), a construção de um sistema de produção (araucária) e a busca por novos usos (erva-mate).
O pesquisador da Embrapa Florestas Vanderley Porfirio-da-Silva citou o Programa Erva 20, que será lançado ainda este ano e cuja meta é fazer o País produzir 20 toneladas por hectare/ano de erva-mate.
O Brasil hoje produz cerca de 860 mil toneladas de erva-mate verde, sendo que Argentina (690 mil toneladas) e Paraguai (85 mil toneladas) também cultivam a planta. Aproximadamente 80% da produção brasileira de erva-mate destinam-se ao mercado interno, sendo que 96% são consumidas como chimarrão e 4% na forma de chás e outros usos.
"Estamos procurando clones com atributos químicos diferenciados, pois a cada dia aumenta o interesse do mercado internacional pelas propriedades da erva-mate, como teor de cafeína, teobromina e saponina", explicou Vanderley. Ele proferiou a palestra "Pesquisa, conhecimentos e tecnologias da Embrapa em pupunha, araucária e erva-mate".
Plantio de florestas nativas gera renda e sustentabilidade ambiental
O plantio de florestas nativas do Brasil é uma das alternativas para que os produtores rurais cumpram o novo Código Florestal (Lei 12.651/12), em vigor desde maio de 2012. A lei institui regras gerais sobre onde e de que forma a vegetação nativa do território brasileiro pode ser explorada e obriga os donos de propriedades com mais de quatro módulos rurais (MR – varia de 5 a 110 hectares, a depender do município) a manterem 20% da área total do imóvel com vegetação nativa. "Mas os proprietários rurais só vão plantar se for algo que faça sentido e tenha fins ambientais e também econômicos", afirmou Maria José Zakia, assessora do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF).
Seguindo as regras do novo Código Florestal, estima-se que 67% da área rural de São Paulo terá de ser reflorestada. Por isso, o IPEF pesquisou recentemente quais espécies nativas florestais podem ser consideradas "carros-chefe" na geração de renda. Duas espécies foram eleitas as de melhor potencial econômico: a Seringueira e a Palmeira-Juçara.
Maria José entende que há uma oportunidade enorme para as árvores e florestas serem novamente desejadas pelos proprietários rurais, mas não há como pensar em plantio de florestais sem pensar em toda a cadeia produtiva. "É preciso criar arranjos e pólos de desenvolvimento, pois quem compra produtos florestais precisa de um fluxo mínimo para funcionar". Além de auxiliar os agricultores no plantio, ela explica que é imprescindível oferecer assistência técnica aos produtores e formar cooperativas para a comercialização dos produtos. Vale lembrar que o IPEF gerencia o Portal da Reserva Legal, que dá dicas aos proprietários rurais sobre o que plantar e como plantar.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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