Embrapa Solos
Inaugurada a Fábrica Briquetes Vale do Açu
Empresários, professores, alunos, autoridades públicas e lideranças comunitárias participaram no dia 26 de junho, no Campus Ipanguaçu do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), da inauguração da fábrica Briquetes Vale do Açu - BVA. A fábrica foi construída com recursos do Programa Petrobras Socioambiental, através do Projeto Caatinga Viva, desenvolvido por cinco parceiros: IFRN, Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ); Cia. de Águas do Rio Grande do Norte (Caern), Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos (Anea) e a ONG Carnaúba Viva.
O evento foi presidido pelo reitor do IFRN, Belchior de Oliveira Rocha, que dividiu a mesa de honra com o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no RN (MDA-RN), Raimundo Costa; o gerente de Comunicação e Segurança de Informações do Ativo de Alto do Rodrigues da UO-RNCE da Petrobras, Décio Peixoto; o pró-reitor de Pesquisa e Inovação do IFRN, José Yvan Pereira Leite; o diretor do Campus Ipanguaçu, Evandro Firmino de Souza, além dos representantes das cinco instituições parceiras.
Para o reitor do IFRN, a inauguração da fábrica se configura em um momento histórico para a Instituição. "Esperamos que o briquete produzido aqui seja exportado como um vetor de desenvolvimento", enfatizou Belchior. Segundo o pesquisador e autor do projeto, Sílvio Tavares, da Embrapa Solos, a fábrica é uma semente que está sendo plantada. "Precisamos desenvolver a indústria, os serviços, a infraestrutura do nosso estado e de nosso país", completou.
A fábrica abre novas possibilidades de trabalho e renda para os pequenos agricultores do Baixo-Açu, que podem vir a se transformarem em produtores de energia. " A fábrica será importante não apenas do ponto de vista econômico, mas também intelectual, já que será um laboratório de estudos para alunos e professores", disse o pró-reitor do IFRN, José Yvan Pereira Leite
O Caatinga Viva encerra suas atividades no final deste mês. De acordo com o seu coordenador-geral, Auricélio Costa, além da implantação da BVA, foram desenvolvidas outras ações com a finalidade de estimular a criação de um arranjo produtivo local voltado à produção de um combustível alternativo. Uma delas foi a capacitação de 10 mil jovens e mais de 600 professores da rede pública sobre questões ambientais. Para o gerente de Comunicação e Segurança de Informações do Ativo de Alto do Rodrigues da Petrobras, Décio Peixoto, "é sempre muito bom para a Petrobras ver um projeto de tal porte, selecionado em primeiro lugar em uma disputa nacional com mais de 900 concorrentes, ser concluído com todas as suas metas cumpridas".
A solenidade encerrou com a assinatura dos termos de transferência dos bens adquiridos pelo projeto, a cada uma das instituições parceiras. Dentre eles, a própria fábrica de briquetes, que a partir de agora passa a pertencer, oficialmente, ao IFRN.. Em seguida, todos os presentes foram conduzidos à fábrica, instalada num terreno de 10 mil m², ao lado do portão de entrada do Campus Ipanguaçu. Lá, o reitor do Instituto realizou o ato simbólico do corte da fita inaugural, ao lado dos outros quatro representantes das instituições responsáveis pelo projeto. Na semana que vem, serão realizados os primeiros testes de produção de briquetes da fábrica cuja gestão será entregue à empresa que vencer a seleção do edital de incubação, que deverá ser lançado brevemente, de acordo com o pró-reitor de Pesquisa do Instituto.
Briquetes
Os briquetes são um tipo de biocombustível sólido, produzido através da compactação de matéria-prima vegetal ou animal. No caso dos briquetes que serão produzidos pela BVA, os materiais que deverão fazer parte da composição são as palhas e talos que hoje são descartados na natureza como resíduos da produção de cera de carnaúba e outros vegetais plantados com fins exclusivamente energéticos, como o capim-elefante.
Conforme explicou o pesquisador Sílvio Tavares, o briquete é uma opção à lenha utilizada em fornos de padarias, pizzarias e na indústria cerâmica, que possui uma grande participação na economia do Rio Grande do Norte. A maior parte da lenha usada como fonte de energia é extraída da mata nativa, agravando o quadro de desertificação em vários pontos do Estado. No caso do Baixo-Açu potiguar, o consumo de lenha e carvão vegetal nas residências, padarias, queijarias, churrascarias e, sobretudo, nas fábricas de cerâmica vermelha nos nove municípios do Baixo-Açu beneficiados pelo Projeto foi estimado em 570.000 mil m³ ou 119.684,50 toneladas em 2012, o que equivale à devastação de uma área de 3.799,5 hectares ou 5.427,86 campos de futebol oficiais.
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
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