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Avaliação financeira contribui para sucesso dos Sistemas Agroflorestais
A proposta dos Sistemas Agroflorestias, de combinar o plantio de árvores com diferentes cultivos agrícolas numa mesma área, pode parecer complicada. Mas com planejamento, agricultores têm a chance de diversificar a produção e recuperar a fertilidade do solo. Para contribuir na etapa de gestão desse sistema, a Embrapa realiza, entre os dias 27 e 30 de janeiro, o curso "Análise da Viabilidade Financeira de Sistemas Agroflorestais (SAFs)", em Rio Branco, AC.
Produtores rurais, técnicos e pesquisadores de 15 instituições participam das aulas, ministradas pelo pesquisador da Embrapa Florestas (Colombo, PR), Marcelo Francia Arco-Verde. "A metodologia que enfocamos no curso permite realizar um raio-x do Sistema Agroflorestal, no qual é possível organizar os custos e as receitas de cada uma das espécies cultivadas. Com isso, o agricultor consegue planejar a produção, fazer ajustes e acessar crédito agrícola", afirma.
"Os participantes poderão validar modelos de Sistemas Agroflorestais que as instituições já trabalham e que podem ser financiáveis", afirma o pesquisador da Embrapa Acre e coordenador do curso, Tadário Kamel.
Os Sistemas Agroflorestais podem ser uma opção estratégica para agricultores familiares da Amazônia, devido à possibilidade de diversificação da renda. No entanto, segundo Arco-Verde, o planejamento é fundamental, porque a o recurso humano é um dos principais gargalos. "Na agricultura familiar, cerca de 70% dos gastos são com mão-de-obra e a análise da viabilidade financeira ajuda a identificar esse tipo de custo".
A técnica em agropecuária do Projeto Reca (Nova Califórnia, RO), Taysa Falts Macedo, conta que os produtores associados atuam há 25 anos com Sistemas Agroflorestais e mesmo assim ainda existem etapas a serem melhoradas. "A análise financeira é um desses pontos. A maioria dos agricultores ainda não faz, tem dificuldade para quantificar os gastos, mas com essa ferramenta que estamos aprendendo no curso, pretendo estimulá-los a realizar", disse.
O Projeto Reca integra três mil hectares de Sistemas Agroflorestais e produz polpas de frutas, óleos de castanha-do-brasil e de andiroba, manteiga de cupuaçu e palmito de pupunha. "Temos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar 300 hectares de SAFs e pretendemos utilizar essa metodologia de avaliação financeira já nesses novos cultivos", afirma.
A capacitação faz parte dos projetos Rede de Intercâmbio e Transferência de Conhecimentos e Tecnologias Agroflorestais na Amazônia (Retaf) e Sistemas Agroflorestais para a Recuperação de Áreas Degradadas (Saram), coordenado pela Embrapa Acre.
Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
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