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Rede luso-brasileira avança construção de banco de dados em contaminantes em pescado
Foto: Fabíola Fogaça
Pesquisadores brasileiros e portugueses no workshop à distância: Fabíola Fogaça, Sara Cunha, Antonio Azeredo, António Marques, Carolina Monteiro, João Paulo Torres, Dhoone Menezes, Joyce Tavares de Miranda, Flavia Vasconcelos de Mello
Pesquisadores e equipes de instituições científicas brasileiras e portuguesas - Embrapa Agroindústria de Alimentos, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto e Instituto Português do Mar e da Atmosfera - atualizaram informações e resultados iniciais do projeto Rede interinstitucional para o gerenciamento de um banco de dados sobre a bioacumulação de desreguladores endócrinos no pescado marinho da Costa do Atlântico (financiado pelo Programa Capes - FCT e Faperj) no encontro virtual Workshop Luso-Brasileiro sobre Ocorrência de Contaminantes Antrópicos em Pescado, nos dias 9 e 10 de dezembro.
A pesquisadora Fabíola Helena Fogaça, organizadora do workshop, avalia como muito positivo o resultado do encontro, que avançou na priorização dos contaminantes por critérios pertinentes de tipos, origens e riscos à saúde humana. Ela adianta que o banco de dados conterá informações úteis para consumidores, empresas e gestores públicos sobre contaminantes identificados em pescado como fármacos, pesticidas, bisfenol, produtos de cuidados pessoais, entre outros, à semelhança do aplicativo Fish Choice apresentado pelo pesquisador António Marques, do IPMA, que fornece, no âmbito da União Europeia, informações que representam o risco associado ao consumo ou não em função dos perfis de criança, adulto, idoso e mulher grávida, e sugere substituição de possíveis espécies alternativas de pescado. “A gente quer para o Brasil que as empresas que produzem pescado e os governos, que fiscalizam os aspectos sanitários, trabalhem juntos para termos uma plataforma que oriente o consumidor. Para isso, a ciência vem na frente, levantando as informações para o banco de dados sobre as concentrações, tanto dos contaminantes quanto dos nutrientes em pescado”.
A pesquisadora ressalta que o projeto estuda contaminantes cujos efeitos se manifestam a longo prazo, por sua característica acumulativa no organismo, “As simulações que fazemos na análise de risco são para, por exemplo, 30 anos de ingestão daquele contaminante, em determinada concentração, pois são concentrações muito pequenas. Ou seja, não é um risco que vai provocar dano hoje ou em pouco tempo, mas, passadas algumas décadas, a tireoide pode vir a ser afetada, por exemplo. Isso se deve à característica de desreguladores endócrinos desses compostos, que se bioacumulam nos tecidos do nosso organismo e alteram o sistema endócrino”.
João Eugenio Diaz Rocha (MTb 19276 RJ)
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