Os Tabuleiros Costeiros, os quais ocupam menos de 6% da área do Nordeste, são responsáveis por 26 e 38 % do PIB regional derivado de culturas anuais e perenes, respectivamente. O potencial agropecuário desta ecorregião advém, principalmente, da proximidade de grandes centros consumidores e do regime pluviométrico favorável durante boa parte do ano. Apesar destas vantagens, os solos de Tabuleiros Costeiros apresentam limitações como baixa fertilidade natural, baixa capacidade de retenção de água e de nutrientes e fraca agregação. Fundamentalmente, estas limitações relacionam-se aos baixos teores de matéria orgânica e de argila na camada arável destes solos. Embora as culturas perenes e semi-perenes sejam as principais explorações nos Tabuleiros Costeiros, a cultura do milho possui grande potencial de produção na região, apresentando médias de 4000 kg de grãos/ha em ensaios de seleção de genótipos realizados pela Embrapa Tabuleiros Costeiros. No entanto, o preparo do solo convencionalmente utilizado para esta cultura baseia-se em operações de aração e gradagem, as quais são altamente deletérias à estrutura já fraca dos solos de Tabuleiros Costeiros. Além disto, o revolvimento da camada arável estimula a atividade microbiana e acelera a perda de matéria orgânica do solo. Deste modo, num curto prazo, este método de preparo contribuirá ainda mais para a acentuação dos entraves naturais à produção nos Tabuleiros Costeiros. Alternativas como o plantio direto e o cultivo mínimo têm apresentado resultados muito satisfatórios em termos de produtividade e de conservação do solo em outras regiões do País. Estratégias para contornar esta limitação incluem o manejo da vegetação espontânea, o uso de culturas e coberturas vegetais tolerantes à seca ou a sobresemeadura. Neste sentido, este projeto teve como objetivo propor um sistema de cultivo de culturas anuais para os Tabuleiros Costeiros do Nordeste que permitissem incrementar e diversificar a produção agrícola e melhorar a qualidade dos solos da região.