Coeficientes técnicos

Conteúdo migrado na íntegra em: 28/09/2021

Autor

Giovani Theisen - Embrapa Clima Temperado

 

Os coeficientes técnicos apresentados a seguir são os valores médios das safras agrícolas 2018/2019 e 2019/2020 ajustados para o sistema de cultivo mínimo, empregado em cerca de 65% da área de arroz irrigado no estado do Rio Grande do Sul (Tabela 1). Diversos dos itens relacionados também são válidos para outros métodos de cultivo que utilizam semeadura em solo seco, como o sistema convencional e o plantio direto. Apesar das várias similaridades entre os sistemas, o cultivo mínimo e o sistema convencional apresentam diferenças básicas. No cultivo mínimo, as operações de preparo do solo são realizadas com bastante antecedência em relação à semeadura do arroz. Além disso, utiliza a dessecação química (em vez da gradagem) para manejo da vegetação antes de semear o arroz e a cultura é semeada com semeadora de plantio direto em solo não revolvido. O plantio direto tem se restringido a uma pequena proporção da área (próximo a 3%), pois depende da realização da colheita do arroz da safra anterior em solo seco. Maiores detalhes sobre os sistemas de cultivo de arroz são descritos no capítulo específico sobre o manejo da cultura, nesta mesma publicação.

 

 

Os coeficientes apresentados na Tabela 1 representam o uso médio de insumos, horas de maquinário e a proporção de custos dos principais itens no cultivo de 1 ha de arroz irrigado no RS, utilizando-se um pacote tecnológico voltado à obtenção de alta produtividade. Salienta-se que os valores apresentados variam entre as regiões produtoras e entre propriedades em uma mesma região ou mesmo nas distintas áreas de uma propriedade. Por exemplo, dependendo da sistematização do solo, da declividade da área, da intensidade de revolvimento causado pela colheita anterior ou mesmo da tecnologia empregada, o custo e o tempo das operações referentes ao preparo do solo podem variar em até três a quatro vezes.

De modo similar, herbicidas pré-emergentes podem (ou não) ser aplicados junto com os dessecantes; a presença de plantas daninhas resistentes pode onerar o custo com herbicidas em até duas vezes; e a aplicação de inseticidas e fungicidas pode ser feita de modo simultâneo, o que altera o número de operações na lavoura e consequentemente seu custo. Outros componentes que diferem substancialmente entre as propriedades e regiões referem-se aos valores pagos pelo arrendamento e ao custo da irrigação. Para fins de registro, entretanto, os valores da Tabela 1 representam valores médios das safras 2019 e 2020 para o arroz irrigado no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do cereal.

O custo das principais operações e insumos utilizados na lavoura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, baseado em valores das safras 2019 e 2020, está apresentado na Tabela 2. Ressalta-se que os valores citados se referem unicamente à estimativa dos custos operacionais, não incluídos os juros sobre o capital investido, os juros de financiamento, as taxas e contribuições, as benfeitorias (estradas, cercas, instalações agrícolas) e a administração.

 

Para os itens (7, 8, 9 e 10), os valores foram calculados com base em uma produtividade esperada de 8.000 kg/ha e o valor do arroz considerado no período foi fixado em R$ 50,00 por saco de 50 kg.