Na região tropical, a planície sedimentar da Bacia do Araguaia, no Tocantins, ocupa cerca de 1,2 milhão de hectares. O vale do Araguaia constitui uma das regiões mais promissoras para a expansão da orizicultura brasileira, com condições para atendimento do mercado das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Na região tropical, o arroz irrigado participa com cerca de 10% da produção total brasileira em uma cerca de 13% da área total cultivada. Essa produção concentra-se principalmente nos seguintes estados: Tocantins, Goiás, Maranhão e Roraima. Entre esses, destaca-se o Tocantins, que é o terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil com uma área de 111 mil hectares, produtividade média de 5.700 kg/ha, e uma produção de 631 mil toneladas de arroz em casca. Nesse estado, o sistema de plantio usado é o de sementes secas em solo seco. Nos perímetros irrigados da região Nordeste, são empregados os sistemas de plantio com semente seca, pré-germinada e o transplante.

As condições climáticas da região tropical permitem o cultivo de arroz irrigado por inundação, no período “das águas”, e de espécies de sequeiro mediante o manejo da água dos canais e do lençol freático por subirrigação, na entressafra do arroz.

Manejo do solo e sistema de plantio

Os sistemas de plantio diferenciam-se quanto aos seguintes aspectos: forma e época de preparo do solo, métodos de semeadura e manejo inicial da água.

• Soca

O uso sustentável das várzeas compreende o emprego de sistemas de cultivos múltiplos, dos quais a soca de arroz - que é a capacidade das plantas de regenerarem os perfilhos férteis após o corte dos colmos na colheita - pode ser uma das alternativas viáveis para aumentar a produtividade de grãos em regiões tropicais, visto que o arroz é a espécie mais adaptada ao ecossistema várzeas.

• Manejo de pragas

No sistema de cultivo de arroz irrigado, a produtividade e a qualidade de grãos são afetadas pela ocorrência de diversos insetos-praga, doenças e plantas daninhas e causam grandes preocupações aos produtores, haja vista o elevado nível de perdas que têm sido atribuídas a eles. Com isso, a identificação de insetos-praga, doenças e plantas daninhas e o conhecimento das formas de combatê-los passam a ser condições fundamentais para o sucesso da lavoura.

• Cultivar

As cultivares de arroz irrigado indicadas para cada estado da região tropical, registradas no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) e habilitadas para cultivo sob cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que condiciona o emprego daquelas incluídas nas portarias de divulgação das reedições anuais do Zoneamento Agrícola são descritas aqui.

• Colheita

A colheita é uma das etapas mais importantes do processo de produção e, quando malconduzida, acarreta perda de grãos e compromete os esforços e os investimentos dedicados à cultura. Entre outros, o teor adequado de umidade dos grãos por ocasião da colheita constitui fator que leva à obtenção de melhor rendimento de grãos inteiros no beneficiamento e à redução de perdas.

• Irrigação e drenagem

O requerimento de água para o cultivo do arroz irrigado depende, principalmente, das condições climáticas, do manejo da cultura, das características físicas do solo, das dimensões e revestimento dos canais, da duração do ciclo da cultivar, da localização da fonte e da profundidade do lençol freático.

• Correção do solo e adubação

A prática da adubação depende de vários fatores, entre os quais devem ser considerados os aspectos agronômicos, que obtenham maior eficiência dos fertilizantes, e econômicos, que resultem em maior renda líquida ao produtor.

• Sistematização do solo

A sistematização consiste em uniformizar a superfície do solo, mediante alterações das cotas da declividade natural do terreno para uma cota previamente determinada. Isso possibilita empregar irrigação por inundação e/ou por superfície, como por sulcos ou corrugação. A manutenção de uma lâmina de água uniforme em toda a área favorece a lavoura de arroz irrigado.

• Custos e rentabilidade

Na orizicultura é de suma importância a produção conforme as informações técnicas disponíveis bem como a adequada gestão da atividade agrícola.