Mangaba
Enxertia
Autores
Ana da Silva Lédo - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Elainy Botelho Carvalho Pereira - Consultora autônoma
Ailton Vitor Pereira - Embrapa Cerrados
Josué Francisco Silva Júnior - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Experimentalmente pesquisadores da Embrapa Cerrados obtiveram sucesso de 90% na borbulhia e de 60% a 80% na garfagem, em porta enxerto de mangabeira com 12 meses de idade, produzidos em sacos plásticos com 20 cm de largura, 30 cm de altura e 0,020 mm de espessura. A enxertia por garfagem lateral à inglesa simples foi feita em plantas que tinham diâmetro do caule acima de 0,5 cm a 10 cm do solo, enquanto que a borbulhia por placa sem lenho e com janela aberta foi feita apenas em plantas mais desenvolvidas, que tinham diâmetro do caule acima de 0,8 cm a 10 cm do solo.
Na enxertia por garfagem, utilizaram garfos retirados de brotações maduras, com 12 a 15 cm de comprimento e diâmetro semelhante ao dos porta-enxertos. Na enxertia por borbulhia, foram utilizadas brotações do ano (vigorosas e ortotrópicas, com 1 a 2 cm de diâmetro). Na garfagem, os sacos plásticos transparentes que cobriam os enxertos foram desamarrados e retirados 30 dias após a enxertia, por ocasião da brotação dos enxertos; as fitas de amarração foram retiradas aos três meses, após a completa soldadura dos enxertos.
Foto: Elainy B. Carvalho Pereira
Figura 1. Preparo do porta-enxerto para a enxertia por garfagem.
Foto: Elainy B. Carvalho Pereira
Figura 2. Inserção do garfo de mangabeira na enxertia por garfagem.
Foto: Elainy B. Carvalho Pereira
Figura 3. Cobertura do enxerto com saco plástico transparente. Foto: Elainy B. Carvalho Pereira
Em ambos os casos, o tempo exigido para a formação da muda enxertada foi de dois anos. Vale ressaltar que os métodos de enxertia relatados acima, foram testados com sucesso em variedade botânica do cerrado do Estado de Goiás, que apresenta desenvolvimento diferente da variedade encontrada no litoral nordestino, cujo diâmetro do caule atinge no máximo 2 mm, nas mesmas condições, o que dificulta a aplicação do método, tornando-o menos eficiente.
Na Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba - EMEPA, pesquisadores avaliaram o pegamento e a brotação dos enxertos de variedade botânica do Nordeste. Os porta-enxertos apresentavam 12 meses de idade e diâmetro do caule variando de 4 a 5 mm, sendo a enxertia realizada entre 8 e 10 cm acima do solo com borbulhas extraídas de ramos com idade igual ou inferior a um ano, situados na parte mediana da copa da planta. A borbulhia em placa com janela aberta promoveu maior pegamento (78%). Para as duas épocas estudadas (chuvosa e seca), não houve diferenças no pegamento dos enxertos, mas apenas na brotação dos mesmos, sendo mais favorável a época chuvosa.