Outros problemas

Conteúdo atualizado em: 18/02/2022

Autores

Carlos Eduardo Pacheco Lima - Embrapa Hortaliças

Carlos Alberto Lopes - Embrapa Hortaliças

 

Existe uma série de outros problemas que ocorrem na produção de pimentas dentre eles temos a ocorrência de granizo, abortamento das flores e frutos, queima de sol e rachaduras dos frutos.

Granizo   

A ocorrência de granizo em território brasileiro é mais comum na região centro-sul. O granizo é uma forma de precipitação atmosférica em que ocorre a queda de pedaços irregulares de gelo.   

Assim como em outras culturas agrícolas o granizo pode provocar danos às lavouras de pimenta. Injúrias como quebras de galhos, quedas de folhas e frutos, danos físicos à superfície foliar e aos frutos, entre outros, podem ocorrer em decorrência desse tipo de precipitação. Os danos são maiores quando ocorrem intensas precipitações de granizo, com maior duração e maiores tamanhos dos pedaços de gelo. Porém, de modo geral, tem sido observada boa capacidade de plantas de pimenta em se recuperar quando atingidas por esse fenômeno meteorológico.

Abortamento

A faixa de temperatura ideal para o florescimento fica entre 21 e 27 ºC. Em temperaturas abaixo de 15 ºC ocorre queda de flores. Tanto o pegamento de fruto quanto o seu crescimento, são favorecidos por temperaturas amenas (19 a 21 ºC). O mesmo não se observa em temperaturas acima de 35 ºC. Temperaturas altas acompanhadas de umidade relativa do ar baixa, também provocam queda de flores e de frutos recém-formados. Há maior tolerância até 40 ºC quando a umidade relativa do ar é elevada. Durante a floração e desenvolvimento dos frutos, é fundamental que a umidade relativa do ar oscile entre 50-70 %.O uso de alguns defensivos durante o florescimento, a ocorrência de doenças e pragas podem também promover o abortamento dos frutos. Deve-se portanto, identificar a causa do abortamento para se tomar a medida correta e promover a fecundação nas flores e o desenvolvimento normal das pimentas.

Queima-de-sol ou escaldadura   

Ocorre nos estádios próximos à colheita, quando o fruto é exposto repentinamente à luz solar direta. Caracteriza-se pela depressão e enrugamento da área afetada, que adquire coloração amarelo-esbranquiçada. Cultivares com boa cobertura foliar dos frutos e mais tolerantes às doenças que causam desfolha da planta são menos sujeitas à queima-de-sol.   

A exposição dos frutos à alta luminosidade, geralmente associada a altas temperaturas, pode provocar escaldadura de pimentas. Os registros desse fenômeno, porém, não são tão comuns como aqueles de outros cultivos agrícolas como pimentão e tomate. É possível que esse fenômeno seja de ocorrência mais comum naquelas espécies que produzem frutos maiores. Além disso, em tomateiros essas injúrias têm sido associadas às doenças que causem a queda de folhas, cultivares com menor densidade foliar, além de maturação desuniforme dos frutos, entre outros.


Rachaduras   

Esse tipo de defeito nos frutos tem sido comumente associado a estresses térmicos, hídricos e/ou nutricionais. Para pimentas poucas são as informações disponíveis sobre esse tema. Porém, para espécies da mesma família como o tomate, a ocorrência desses defeitos tem sido normalmente atribuída às grandes variações de temperatura (por exemplo, temperaturas diurnas muito elevadas e temperaturas noturnas baixas), ao manejo incorretos da irrigação, à água de irrigação com condutividade elétrica alta e à deficiência de nutrientes como o boro.