Pimenta
Pragas
Autores
Alexandre Pinho de Moura - Embrapa Hortaliças
Jorge Anderson Guimarães - Embrapa Hortaliças
Miguel Michereff Filho - Embrapa Hortaliças
Várias espécies de artrópodes encontram-se associadas à cultura da pimenteira (Capsicum spp.), ocorrendo ao longo de todo o seu ciclo de desenvolvimento, algumas das quais atacam as plantas desde a sementeira até a época da colheita. Porém, muitas espécies não causam prejuízos, enquanto que outras são, inclusive, consideradas benéficas, atuando como polinizadoras ou como predadoras e parasitoides de algumas espécies de artrópodes-praga (insetos e ácaros).
Certas espécies de insetos e ácaros são responsáveis por causarem danos diretos e/ou indiretos às plantas de pimenta, o que resulta em prejuízos aos produtores. Mas vale ressaltar que suas populações apenas causam prejuízos econômicos quando alguns fatores climáticos ou condições específicas do agroecossistema atuam no favorecimento do crescimento de suas populações e, assim sendo, necessita-se que algumas medidas de controle sejam adotadas, de modo a minimizar as perdas decorrentes de seu ataque.
As principais espécies de insetos e ácaros considerados pragas e que podem atacar a cultura da pimenteira são os pulgões Aphis gossypii G., Myzus persicae S. e Macrosiphum euphorbiae T., os tripes Thrips palmi K., Thrips tabaci L. e Frankliniella schultzei T., os ácaros branco Polyphagotarsonemus latus B., plano Brevipalpus phoenicis G., rajado Tetranychus urticae K. e vermelhos Tetranychus evansi B., Tetranychus ludeni Z. e Tetranychus marianae M., a mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B G., a lagarta-rosca Agrotis ipsilon H., as brocas-do-ponteiro e do fruto-da-pimenta Tuta absoluta M. e Gnorimoschema barsaniella B. e as moscas-do-pimentão Dasineura sp. e Neosilba sp..
Dentre os artrópodes-praga citados anteriormente, os pulgões e os tripes são responsáveis por causarem danos diretos (sucção da seiva) e indiretos (transmissão de viroses) à cultura da pimenteira, enquanto que os demais são causadores de danos diretos (redução de área foliar e da capacidade fotossintética da planta, destruição dos frutos, etc.). Vale ressaltar que os danos diretos causados por algumas espécies são considerados de menor importância, quando em comparação aos indiretos, decorrentes da inoculação de fitoviroses, os quais apresentam grande importância econômica.
É importante lembrar que a maneira mais eficiente e econômica de prevenir os danos que esses insetos e ácaros-praga podem causar à cultura da pimenteira se faz por meio da realização do monitoramento periódico da cultura, de forma que alterações significativas na dinâmica populacional desses organismos sejam detectadas o quanto antes. Esse monitoramento pode ser realizado de forma direta, por meio da contagem do número de insetos e ou ácaros presentes sobre as plantas ou da quantificação de suas injúrias às folhas ou frutos, ou ainda de forma indireta, por meio do uso de armadilhas.
Neste último caso, pode-se fazer uso de armadilhas adesivas para coleta de pulgões (coloração amarela) e de tripes (coloração azul), de armadilha luminosa para a captura de mariposas ou de armadilhas d’água para coleta de pulgões. Uma descrição sobre a bioecologia das principais pragas citadas anteriormente, bem como os sintomas de ataque, seus danos e as medidas de controle são apresentadas a seguir. Com base nessas informações podem-se estimar, com bom nível de precisão, as épocas mais favoráveis para sua ocorrência, frequência e densidade populacional.
Vale ressaltar que para a cultura da pimenteira, assim como para muitas outras hortaliças, não há nenhum princípio ativo registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para o controle desses organismos-praga. Nesse sentido, a disponibilidade de métodos alternativos ao uso do controle químico dessas importantes pragas na cultura, surge como uma necessidade não apenas dos produtores, mas também dos consumidores que demandam produtos livres de resíduos de agrotóxicos e que sejam produzidos por meio do uso de tecnologias mais seguras para o ambiente.
Descrição, bioecologia, danos e táticas de manejo para as principais pragas.