Em nosso país, a produção de alimentos é feita especialmente pela agricultura familiar, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, que hoje representam mais de 80% das propriedades rurais brasileiras. Apoiar a produção destes agricultores e agricultoras com troca de saberes e tecnologias pode ser considerado um dos caminhos para reduzir as desigualdades sociais, especialmente pela diversificação de alimentos, inserção econômica e transição agroecológica. A participação da pesquisa científica é fundamental para assegurar a qualidade destes alimentos e da vida das famílias que os produzem.

As tecnologias que contribuem para alimentar o Brasil abrangem desde a genética, com vegetais e animais mais produtivos, nutritivos, saudáveis e resilientes a doenças e aos impactos do clima, entre outros aspectos; até melhorias nos sistemas de produção, que levam ao campo práticas agropecuárias cada vez mais sustentáveis, garantindo proteção aos recursos naturais, como solo, água e biodiversidade.

Na vanguarda das práticas agropecuárias, pesquisamos bioinsumos para melhorar a fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas, reduzindo a dependência de insumos químicos e importados; e o controle biológico, que utiliza inimigos naturais para controle de pragas, sem deixar resíduos nos alimentos e inofensivos ao meio ambiente e à saúde da população.

E aquilo que sempre foi chamado de “futuro” hoje já é realidade em muitas propriedades rurais de todos os tamanhos e tipos de produção: a agricultura digital, com equipamentos, softwares, aplicativos e conectividade, que apoiam a gestão da propriedade e a produção de alimentos.

Isso garante que o Brasil reafirme cada vez mais seu compromisso não só no combate à fome, mas também na redução da insegurança alimentar de sua população, com qualidade de vida para quem consome e quem produz.

No entanto, não basta pesquisar e gerar tecnologias. Para que toda essa informação chegue aos agricultores/produtores rurais, a Embrapa trabalha junto a parceiros na realização de um amplo trabalho de transferência de tecnologia e intercâmbio de conhecimentos, com promoção da agricultura familiar e inclusão socioprodutiva e digital. A intenção é que informações e tecnologias cheguem com mais rapidez e eficiência aos agricultores de base familiar, gerando uma verdadeira revolução no campo.

A atuação conjunta ao Governo Federal e Ministérios, como da Agricultura e Abastecimento; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Meio Ambiente e Mudança do Clima; Pesca e Aquicultura; e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é fundamental para que isso aconteça: trabalhando juntos, garantimos políticas públicas que melhoram o dia a dia de quem produz e fazemos as tecnologias e informações serem adotadas, construindo juntos um sistema alimentar sustentável para prover alimentos ao nosso povo.